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Qatargate. Escândalo corrupção "digno" da série 'Narcos', diz comissário

23 dez, 2022 - 11:00 • Redação com Reuters

As autoridades belgas acusaram quatro pessoas ligadas ao Parlamento Europeu. São acusadas de "pertencerem a uma organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção".

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Para o Comissário da Economia da UE, Paolo Gentiloni, o escândalo da corrupção que está a abalar o Parlamento Europeu, no qual foram encontrados suspeitos com malas cheias de dinheiro, é como algo tirado da série de televisão sobre crime 'Narcos', disse, esta sexta-feira,

"O que vimos foram cenas dignas de Netflix, de Narcos", disse Gentiloni, numa entrevista à rádio pública italiana RAI, apelidando o chamado "Qatargate", que envolve corrupção e lavagem de dinheiro, de "vergonhoso" e prejudicial para a reputação das instituições da UE.

"Precisamos de reagir, precisamos de deixar o poder judicial belga fazer o seu trabalho e precisamos de reagir talvez com regras de transparência ainda mais eficazes, especialmente no Parlamento Europeu", disse Gentiloni.

No início deste mês, as autoridades belgas acusaram quatro pessoas ligadas ao Parlamento Europeu afirmando que o Qatar, anfitrião do Campeonato do Mundo de Futebol, tinha dado dinheiro e presentes a estas para influenciar a sua tomada de decisões. São acusadas de "pertencerem a uma organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção".

O Qatar negou qualquer acto ilícito.

Os suspeitos são Pier Antonio Panzeri, antigo deputado socialista italiano da UE, Eva Kaili, antiga assistente de Panzeri, Francesco Giorgi, membro do pessoal da assembleia da UE, e Niccolo Figa-Talamanca, director de uma ONG italiana.

Os investigadores revistaram 19 casas e os escritórios do Parlamento Europeu em buscas entre 9 e 12 de Dezembro. Uma fonte próxima da investigação afirmou que 1,5 milhões de euros (1,59 milhões de dólares) foram apreendidos nas rusgas.

A eurodeputada grega Eva Kaili, acusada de estar envolvida num esquema de corrupção ligado ao Parlamento Europeu que abrange o Qatar, continua em prisão preventiva.


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