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GUERRA NA UCRÂNIA

Depois de Putin usar a palavra "guerra", EUA instam Presidente russo a "reconhecer a realidade"

23 dez, 2022 - 22:47 • Lusa

A Rússia refere-se à invasão à Ucrânia como "operação militar especial" desde 24 de fevereiro. A utilização do termo "guerra" poderá ser considerada informação "falsa" e levar a condenações pesadas no país.

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Os Estados Unidos exortaram esta sexta-feira Vladimir Putin a reconhecer a realidade do conflito na Ucrânia e a retirar as suas tropas, após o Presidente russo ter utilizado a palavra "guerra", banida da Rússia, numa conferência de imprensa.

Desencadeada em 24 de fevereiro, a invasão russa na Ucrânia é oficialmente chamada de "operação militar especial" na Rússia.

As autoridades russas introduziram uma lei que prevê pesadas penas de prisão para qualquer publicação de informações sobre o Exército russo consideradas "falsas" e várias pessoas foram condenadas, em particular depois de terem chamado publicamente o conflito de "guerra".

No entanto, durante uma conferência de imprensa na quinta-feira, Vladimir Putin usou esta palavra, garantindo que deseja que o conflito na Ucrânia termine "o mais rápido possível".

"Desde 24 de fevereiro, os Estados Unidos e o resto do mundo sabem que 'a operação militar especial' é uma guerra não provocada e injustificada contra a Ucrânia", sublinhou um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.

"No final, depois de 300 dias, Putin chamou a guerra pelo nome", acrescentou, instando Putin "como próximo passo para reconhecer a realidade" a "encerrar esta guerra retirando as suas tropas da Ucrânia".

O Departamento de Estado lembrou que "a agressão da Rússia contra a soberania de seu vizinho causou morte, destruição e deslocamento de populações", seja qual for a terminologia usada por Putin.

Nikita Iouferev, um deputado municipal russo, anunciou esta quinta-feira à noite que apresentou uma queixa contra o Presidente Vladimir Putin, a quem acusou de ter divulgado "informações falsas" ao utilizar a palavra "guerra" para descrever a operação na Ucrânia.

Este pedido tem poucas hipóteses de sucesso, especialmente porque o texto do eleito local contém vários erros factuais, como a data do discurso de Putin ou o próprio nome do Presidente, escrito no feminino, noticiou a agência France-Presse (AFP).

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