25 dez, 2022 - 16:19 • Lusa
Centenas de curdos sírios manifestaram-se este domingo no nordeste da Síria pelos três "mártires" curdos mortos em Paris, na sexta-feira, por um francês que enfrenta acusações de homicídio e tentativa de homicídio com motivo racista.
Um reformado francês de 69 anos admitiu ter aberto fogo num centro cultural curdo e num salão de cabeleireiro em Paris, matando três curdos, e disse que o tinha feito por "ódio aos estrangeiros".
Foi hospitalizado numa unidade psiquiátrica após ter sido levado sob custódia no sábado.
Centenas de pessoas responderam a um apelo para se manifestarem em Hassake, lançado pelas autoridades da região curda semiautónoma do nordeste da Síria.
Os manifestantes entoaram 'slogans' contra o "extermínio" do povo curdo e proclamaram que "os mártires de Paris permanecerão para sempre nos [seus] corações".
"Os curdos estão a lutar contra a aniquilação, estão a ser massacrados em todo o lado, mesmo em Paris, a cidade do amor e da liberdade", disse a ativista feminista Evin Basho, 33 anos, que participou na manifestação, exigindo que o assassino seja levado à justiça.
França
Suspeito de 69 anos foi detido. Procuradoria fala (...)
Muitas vezes descritos como "os maiores apátridas do mundo", os curdos são um grupo étnico muçulmano espalhado por regiões da Síria, Turquia, Iraque e Irão.
"Esta é uma guerra contra o nosso povo, visando-nos nas quatro partes do Curdistão e mesmo na Europa", disse outro manifestante, Azad Suleiman, de 55 anos, à AFP.
Em França, as manifestações em homenagem às vítimas ocorreram no sábado e ficaram marcadas pela violência em Paris e Marselha (sudeste).
O ataque de sexta-feira, descrito como "odioso" pelo Presidente francês Emmanuel Macron, reavivou o trauma do assassinato de três ativistas curdos em Paris em janeiro de 2013, um caso que continua por resolver até hoje.