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Ucrânia quer realizar cimeira de paz até final de fevereiro

26 dez, 2022 - 19:42 • Lusa

Governo de Kiev disponível para diálogo, preferencialmente, na ONU e com António Guterres como mediador.

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O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse hoje que o seu Governo tenciona realizar uma cimeira de paz até final de fevereiro, preferencialmente na ONU e com o secretário-geral, António Guterres, como mediador.

Em entrevista à agência Associated Press, Kuleba disse que estava "absolutamente satisfeito" com os resultados da visita do Presidente Volodymyr Zelensky aos EUA, na semana passada, e revelou que o Governo dos EUA fez um plano especial para preparar o uso dos mísseis Patriot no curto prazo de seis meses.

Kuleba disse ainda que a Ucrânia fará tudo para vencer a guerra em 2023, acrescentando que a diplomacia desempenha um papel importante nesse desfecho.

"Toda a guerra termina de forma diplomática. Toda a guerra termina como resultado das ações tomadas no campo de batalha e na mesa de negociações", argumentou o chefe da diplomacia ucraniana, anunciando que gostaria de ver uma cimeira de paz até ao final de fevereiro.

"As Nações Unidas podem ser o melhor local para realizar esta cimeira, porque não se trata de fazer um favor a um determinado país. Trata-se realmente de trazer todos a bordo", explicou Kuleba.

Questionado sobre se Kiev convidaria Moscovo para a cimeira, Kuleba respondeu que primeiro a Rússia esse país precisa de aceitar ser processado por crimes de guerra num tribunal internacional.

Sobre o papel de Guterres nessa cimeira, Kuleba disse que o secretário-geral da ONU "provou ser um mediador eficiente e um negociador eficienteE, pelo que gostaria de poder usufruir da sua participação ativa, mais uma vez.

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano minimizou os comentários das autoridades russas de que estão prontos para negociações.

"Eles dizem regularmente que estão prontos para negociações, o que não é verdade, porque tudo o que fazem no campo de batalha prova o contrário", concluiu o chefe da diplomacia ucraniana.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

Comentários
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  • Antagonismos
    26 dez, 2022 Mundo real 22:39
    Era bom, mas duvido que sirva para alguma coisa. A Rússia não abandona as condições de reconhecimento das anexações de territórios ucranianos, nem a exigência de "garantias de segurança" e "desmilitarização da Ucrânia" que mais não são que "Ucrânia fora da NATO" e "Ucrânia sem exército para podermos avançar e tomar o País sem resistência". E a Ucrânia não quer ceder 1 cm2 que seja de territórios seus, nem admite perder soberania ao ponto de deixar Moscovo ditar a sua política. E quer indemnizações por danos causados e julgamento dos responsáveis por crimes contra civis. Não podiam ser mais antagónicas estas exigências.

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