28 dez, 2022 - 19:36 • Rosário Silva , com Lusa
A Itália, os Estados Unidos e o Japão decidiram tornar obrigatório o teste à Covid-19 para os viajantes que cheguem da China, país que está a enfrentar uma forte vaga de novos casos.
O Ministério da Saúde italiano, que já tinha referido “estar a avaliar a possibilidade de tornar os testes obrigatórios”, decidiu mesmo avançar com esta medida, com o ministro Orazio Schillaci a confirmar a obrigatoriedade dos “testes antigénicos para todos os passageiros que chegam da China e estão de passagem por Itália”.
Trata-se de uma medida que pretende, diz o ministro da Saúde, “assegurar a vigilância e a deteção de quaisquer variantes do vírus a fim de proteger a população italiana".
Antes do anúncio do Governo italiano já a região central de Lácio tinha comunicado a decisão de realizar testes para aqueles que chegavam através do Aeroporto de Roma – Fiumicino, provenientes de Pequim ou Xangai.
A mesma linha de atuação foi tomada na terça-feira pelas autoridades sanitárias da Lombardia para o Aeroporto Internacional de Malpensa, em Milão, tendo sido decidido "submeter a teste molecular (...) todos os viajantes e tripulantes provenientes da China".
Itália decidiu esta quarta-feira impor testes Covi(...)
De resto, num dos voos oriundos de Pequim, “52% dos passageiros testaram positivos para Covid", confirmaram as autoridades da Lombardia.
Esta região de Itália, recorde-se, foi a primeira da Europa a entrar em confinamento para conter a pandemia do novo coronavírus responsável pela Covid-19, daí estar em alerta permanente depois de ter sido atingida pela primeira vaga de casos.
"Esta disposição entra em vigor imediatamente e até 30 de janeiro de 2023, salvo reavaliação da situação epidemiológica", refere o aviso publicado no 'site' do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Os Estados Unidos anunciaram esta quarta-feira que também vão repor os testes obrigatórios a viajantes oriundos da China.
A medida entra em vigor a partir de 5 de janeiro e abrange passageiros da China continental, Macau e Hong Kong.
Os responsáveis de saúde norte-americanos estão preocupados com a falta de informação por parte da China e decidiram avançar com a restrição.
Relativamente a Portugal, o Ministério da Saúde informou hoje que irá manter as medidas de controlo da Covid-19 atualmente em vigor, apesar do aumento do número de casos na China, e indicando que está a acompanhar a situação.
Em resposta escrita à agência Lusa a propósito do aumento das infeções por SARS-CoV-2 na China, o Ministério da Saúde assegurou que as autoridades portuguesas estão a acompanhar a situação epidemiológica "em articulação com os parceiros europeus e organismos internacionais, nomeadamente no âmbito da atividade do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças".
Virologista holandesa questiona mesmo se se pode “(...)
As autoridades chinesas puseram termo à maioria das medidas contra a Covid-19 sem aviso prévio a 7 de dezembro, depois de manifestações públicas e de um enorme impacto na economia após três anos de restrições.
Contudo, a falta de transparência em relação ao número de contágios, que as autoridades deixaram de publicar diariamente e dizem ser difícil de contabilizar já que os testes deixaram de ser obrigatórios, está a causar significativa apreensão.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou-se, na semana passada, "seriamente preocupada" com a vaga de novos casos de Covid-19 na China, e pediu a Pequim maior transparência para poder enfrentar futuras pandemias.
[notícia atualizada às 20h42]