31 dez, 2022 - 14:28 • Lusa
Os Governo de França e Reino Unido anunciaram este sábado a imposição de testes à Covid-19 a passageiros provenientes da China continental, a partir de 5 de janeiro, juntando-se a Itália, Espanha, Japão, Israel ou Estados Unidos.
O Ministério da Saúde britânico, em comunicado divulgado, confirmou que vai exigir aos passageiros provenientes da China, a partir de 5 de janeiro, para poderem entrar em Inglaterra, um resultado negativo ao teste à Covid-19, realizado antes da partida do país asiático.
No documento, o Governo britânico refere que, para já, a exigência aplica-se apenas a viajantes que cheguem da China em voos diretos para aeroportos ingleses. Embora atualmente não existam serviços diretos daquele país para a Escócia, País de Gales ou Irlanda do Norte, o executivo britânico está a trabalhar com os governos no sentido de alargar as medidas a todo o Reino Unido.
Também esta manhã, o Governo Francês publicou um decreto especificando as datas de entrada em vigor das medidas anunciadas na noite de sexta-feira pelo executivo, para viajantes da China com embarque a partir de 5 de janeiro.
Estas medidas, em vigor até 31 de janeiro, preveem ainda a realização de testes PCR aleatórios à chegada a França a partir de domingo e a obrigatoriedade do uso de máscara para os passageiros com mais de seis anos a bordo dos voos com partida da China.
De acordo com o decreto, a partir de 5 de janeiro, viajantes maiores de 11 anos vindos da China por via aérea têm de apresentar teste negativo na saída, menos de 48 horas antes do embarque.
"Estes viajantes têm ainda de se comprometer a realizar um teste de rastreio aleatório à chegada a território nacional e a isolar-se em caso de resultado positivo", lê-se no texto.
A introdução de maior controle nos voos do gigante asiático ocorre depois que Pequim confirmar uma reabertura das fronteiras em 08 de janeiro, pela primeira vez desde março de 2020.
O Presidente chinês, Xi Jinping, em declarações hoje, garantiu que "a luz da esperança está diante" dos chineses, enquanto o seu país enfrenta uma explosão de casos de covid-19 após o levantamento das restrições de saúde.
"A prevenção e o controle da epidemia entraram numa nova fase. Ainda estamos num momento difícil", mas "a luz da esperança está à nossa frente", afirmou Xi Jinping, num discurso para o Ano Novo, transmitido pelas televisões do país.
Em Portugal, o ministro da Saúde anunciou na sexta-feira, à agência Lusa, estar a preparar a adoção, nos aeroportos, de medidas de controlo dos passageiros oriundos da China, que serão implementadas se e quando se revelarem necessárias, recusando "alarmismos" face ao recente aumento de infeções na população chinesa.
Segundo o ministro, o Governo está a acompanhar a evolução da covid-19 na China, que "constitui um motivo de preocupação", mantendo um "diálogo estreito com os outros países europeus, designadamente no quadro da União Europeia e com os organismos sanitários internacionais".
No mesmo dia, a Comissão Europeia reconheceu o aumento "alarmante" de casos de covid-19 na China e recomendou medidas de vigilância aos Estados-membros.
Numa carta enviada aos ministros da saúde dos 27 países da União Europeia e citada pela Europa Press, a Comissária Europeia da Saúde, Stella Kyriakides, diz que Bruxelas está "atenta aos desenvolvimentos", assume que é necessário estarem preparados, embora, por enquanto, não existam medidas comuns.
Também a Direção-Geral da Saúde, no seu relatório semanal sobre os vírus respiratórios, reconhece que o aumento do número de casos diários de infeção por SARS-CoV-2 na China nos últimos dias é uma situação que "deve ser acompanhada de perto nas próximas semanas".