03 jan, 2023 - 19:05 • João Malheiro
O diretor de um hospital em Xangai diz que cerca de 70% da população da maior cidade da China pode estar infetada com Covid-19, numa altura em que os profissionais de saúde do país estão a ser sobrecarregados com doentes.
Depois do alívio de várias restrições no mês passado, depois de dois anos desde o começo da pandemia, na China, a população local enfrenta agora uma nova vaga de casos, incluindo em Xangai, onde moram cerca de 25 milhões de pessoas.
Em declarações a um orgão de comunicação social detido pelo Partido Comunista Chinês, Chen Erzhen, que integra a equipa de peritos de Covid-19 de Xangai, refere que se pode tratar de uma onda de casos "20 ou 30 vezes maior" do que em abril e maio do ano passado.
Em abril de 2022, Xangai esteve confinada durante dois meses, depois de mais de 600 mil cidadãos terem testado positivo à Covid-19.
Explicador
Em Portugal, os ministérios da Saúde, Administraçã(...)
Em dois hospitais da cidade, a agência AFP relata centenas de pacientes, a maioria idosos, deitados em macas, dispostas nos corredores de serviços de emergência saturados.
Muitos estão a receber infusões de soro fisiológico ou ligados a cilindros de oxigénio ou com monitores cardíacos.
Chen Erzhen refere que os hospitais de Xangai estão a receber, de momento, cerca de 1.600 doentes por dia, com 80% desses mesmos a deverem-se à pandemia.
"Mais de 100 ambulâncias chegam ao hospital, todos os dias", disse, também.
Noutras cidades chinesas, como a capital, Pequim, Tianjin e Cantão, as autoridades de sáude consideram que o pico da nova vaga já terá sido ultrapassado.
A China está ainda a esperar uma nova onda de novos casos nas regiões rurais do país, na sequência das celebrações do Ano Novo Lunar, em que vários cidadãos regressam às suas cidades natais.