03 jan, 2023 - 03:20 • Lusa
O Presidente brasileiro, Lula da Silva, disse ao vice-presidente chinês, Wang Qishan, estar disposto a expandir as relações com o gigante asiático, o principal parceiro comercial do Brasil.
"A China é nosso maior parceiro comercial e podemos ampliar ainda mais as relações entre nossos países", acrescentou.
A China deslocou os Estados Unidos como principal parceiro comercial do Brasil há quase uma década e nos últimos anos tornou-se uma das principais fontes de investimento direto estrangeiro no país.
De acordo com dados divulgados pelo Governo, o Brasil teve um excedente comercial recorde de 62,31 mil milhões de dólares em 2022, graças em parte ao aumento do comércio com a China.
A China foi o maior destino das exportações brasileiras no ano passado, com vendas de 91,26 mil milhões de dólares, e também a maior fonte de importações do país, com compras de 61,5 mil milhões de dólares.
Muito atrás, a União Europeia foi o segundo maior destino das exportações brasileiras, com vendas de 51 mil milhões de dólares, e os Estados Unidos foram a segunda maior fonte de importações, com 51,31 mil milhões de dólares.
O comércio entre os dois países cresceu nos últimos anos apesar de um arrefecimento nas relações durante o mandato de Jair Bolsonaro, que chegou ao ponto de insinuar que a China tinha provocado intencionalmente a pandemia da covid-19.
O Presidente chinês, Xi Jinping, enfatizou a “grande importância” da “parceria estratégica” entre China e Brasil, numa mensagem de felicitações enviada ao líder brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que tomou posse no domingo.
“Desde que China e Brasil estabeleceram relações diplomáticas há 48 anos, o relacionamento bilateral desenvolveu-se em profundidade", disse Xi, na mensagem difundida pela agência noticiosa oficial Xinhua. O líder chinês apontou que os laços entre os dois países “são um modelo” para as nações em desenvolvimento.
Xi destacou que China e Brasil são países em desenvolvimento com “influência global” e “importantes” mercados emergentes com “interesses comuns”.
O Presidente chinês acrescentou que quer “levar a parceria entre China e Brasil para um patamar superior" e declarou estar "disposto a trabalhar" com o país sul-americano para “encontrar modelos de desenvolvimento que se encaixem nas condições de cada nação”.
Durante os primeiros dois mandatos de Lula, entre 2003 e 2011, a relação comercial e política entre Brasil e China intensificou-se, marcada, em particular, pela constituição do bloco de economias emergentes BRICS, que inclui ainda Rússia, Índia e África do Sul.