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Médio Oriente

“Guerra religiosa” à vista, alerta ministro palestiniano

04 jan, 2023 - 17:17 • Lusa

Em causa, a visita do ministro da Segurança Pública israelita à Esplanada das Mesquitas, que é vista como “contínua agressão” àquele local.

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O Governo palestiniano alerta para o risco de “uma guerra religiosa” após a visita do ministro da Segurança Pública israelita à Esplanada das Mesquitas, considerando-a uma “contínua agressão” àquele local designado pelos judeus como Monte do Templo.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) palestiniano chamou ao ministro israelita, Itamar Ben Gvir, "supremacista e fascista" e instou a comunidade internacional a "agir urgentemente para impedir a iminente explosão da situação na Palestina e as graves ameaças que os crimes e violações israelitas representam para a paz e a segurança internacionais".

Segundo o governante palestiniano, o ministro da Segurança Pública de Israel, líder do partido de extrema-direita Otzma Yehudit (Poder Judeu), "tem realizado repetidos atos de incitação contra o povo palestiniano e o seu lugar sagrado" e "tem repetidamente instigado à violência e ao terrorismo com a sua retórica incendiária, as suas ameaças de ódio e os seus atos provocatórios".

O ministério palestiniano denunciou ainda que a visita de Ben Gvir contou com a "proteção das forças ocupantes israelitas", naquilo que descreveu como "uma nova tentativa beligerante de reafirmar a soberania israelita sobre os lugares sagrados, o que representa uma grave violação do Direito Internacional".

Reiterou que a Esplanada das Mesquitas "é um lugar de oração muçulmano, protegido e preservado pelo 'statu quo' histórico e internacionalmente acordado, sob a autoridade exclusiva do Património e a custódia da Jordânia".

"Os permanentes ataques de Israel à Esplanada das Mesquitas têm claramente como objetivo a sua divisão espacial e temporal, para permitir que os judeus ali rezem e impor o controlo de Israel sobre o lugar sagrado", prosseguiu o MNE palestiniano.

"Recordamos que Israel, potência ocupante, não tem legitimidade ou soberania sobre Jerusalém, incluindo Jerusalém oriental, a sua Cidade Velha, as suas muralhas e os seus lugares sagrados", acrescentou.

Por isso, apelou para que "todos os países e organizações atuem urgentemente, tanto de forma coletiva como individual, para conter e exigir o fim imediato de todas as agressões de Israel, potência ocupante, ao povo palestiniano e seus lugares sagrados, especialmente em Jerusalém".

No mesmo sentido, divulgou um segundo comunicado no qual aplaudiu o "claro consenso internacional", devido à torrente de críticas a Ben Gvir pela sua visita, emitida por países árabes e muçulmanos e outros Estados ocidentais, entre os quais os Estados Unidos, França e a Alemanha.

Ben Gvir defendeu nas últimas horas a sua visita à Esplanada das Mesquitas e condenou "o racismo" existente, pelo facto de o 'statu quo' proibir de ali rezar os judeus que entram no Monte do Templo.

O 'statu quo' na Esplanada das Mesquitas impede os judeus de orarem e autoriza apenas que visitem o local em horários pré-definidos e que o percorram através de um trajeto estabelecido, acompanhados por polícias que devem zelar por que os fiéis não rezem ou ali coloquem bandeiras israelitas ou objetos religiosos judaicos.

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