18 jan, 2023 - 17:17 • Rosário Silva
As organizações de defesa dos direitos humanos denunciam a forma “injusta” de como estão a ser realizados os julgamentos no Irão.
É o caso de Mohammad Mehdi Karami, “um campeão de karaté, de 22 anos”, detido durante 65 dias e enforcado a 7 de janeiro, por ter participado nas manifestações. O jovem terá tido apenas “15 minutos para se defender da pena de morte”.
O mesmo aconteceu com Seyyed Mohammad Hosseini, de 33 anos.
Segundo a BBC, estes dois iranianos foram executados pelo alegado homicídio de um basiji - uma milícia islâmica, em novembro, durante as manifestações que se seguiram à morte da jovem curda iraniana Mahsa Amini.
As organizações de defesa dos direitos humanos falam em “julgamentos fraudulentos e grosseiramente injustos”, cuja finalidade é, apenas, “lançar o medo” junto dos que lutam pela defesa da liberdade e pelo fim do regime.
No Irão, os arguidos têm direito a representação legal, porém em casos sensíveis como este ou de espionagem, não estão autorizados a escolher os seus próprios advogados. Cabe, assim, ao tribunal nomear um defensor.
Para justificar esta acusação de “julgamentos fraudulentos”, as organizações lembram que não é possível nem aos repórteres, nem às famílias dos arguidos, estarem presentes na sala de audiências. Tudo o que transparece para o exterior, inclusive imagens, é apenas aquilo que as autoridades querem que se saiba.
Morte de Mahsa Amini
Organização de defesa dos direitos humanos estima (...)
Desde que os protestos começaram há quatro meses, as autoridades já executaram quatro jovens e condenaram à morte, pelo menos, outras 18 pessoas.
A onda de protestos começou depois da detenção, em Teerão, da Mahsa Amini que não usava corretamente o véu islâmico. A jovem de 22 anos acabou por morrer na prisão.
Este acontecimento levou milhares de jovens às ruas em protesto contra repressão das mulheres na Républica islâmica. As autoridades responderam com a força e, embora não existam números oficiais, estima-se que tenham morrido às mãos das forças de segurança, mais de meio milhar de manifestantes.
Explicador
Depois de três meses de protestos no Irão na sequê(...)