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Covid-19. Infetados com maior risco de doença cardiovascular e morte a longo prazo

19 jan, 2023 - 00:20 • Lusa

Este estudo comparou a ocorrência de doenças cardiovasculares e de óbitos em pessoas infetadas, em comparação com outras que não foram contagiadas com o coronavírus, recrutadas antes de dezembro de 2020, quando não havia vacinas disponíveis no Reino Unido.

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A Covid-19 está associada a um maior risco de doenças cardiovasculares e de morte a curto e a longo prazo, indica um estudo publicado esta sexta-feira na revista científica da Sociedade Europeia de Cardiologia (SEC).

"Em comparação com as pessoas não infetadas [com o vírus SARS-CoV-2], a probabilidade de os doentes com Covid-19 morrerem foi 81 vezes maior nas primeiras três semanas de infeção e permaneceu cinco vezes superior até 18 meses depois", apurou a investigação que envolveu cerca de 160 mil participantes.

Os pacientes de Covid-19 "eram mais propensos a desenvolver numerosas condições cardiovasculares em comparação com os participantes não infetados, o que pode ter contribuído para maior risco de morte", adiantou Ian Wong, autor do estudo publicado na Cardiovascular Research.

Segundo o professor da Universidade de Hong Kong, perante os resultados agora conhecidos, os doentes de Covid-19 "devem ser monitorizados pelo menos durante um ano após a recuperação da doença aguda para permitir diagnosticar complicações cardiovasculares da infeção", no âmbito da condição conhecida como "long covid".

Este estudo comparou a ocorrência de doenças cardiovasculares e de óbitos em pessoas infetadas, em comparação com outras que não foram contagiadas com o coronavírus, recrutadas antes de dezembro de 2020, quando não havia vacinas disponíveis no Reino Unido.

De acordo com a SEC, a investigação envolveu mais de 7.500 doentes de Covid-19 diagnosticados no Reino Unido entre 16 de março e 30 de novembro de 2020, assim como vários grupos de pessoas não infetadas durante o período do estudo, que decorreu entre março de 2020 e agosto de 2021, com uma média de idade de 66 anos.

Cada grupo de pessoas não infetadas era semelhante ao grupo com Covid-19 em vários critérios, como idade, sexo, tabagismo, diabetes, pressão arterial alta, doenças cardiovasculares e outras condições de saúde, índice de massa corporal e etnia.

Os dados apurados indicaram ainda que os pacientes com Covid-19 grave eram mais propensos a desenvolver doenças cardiovasculares ou a morrer do que casos menos gravosos da infeção pelo SARS-CoV-2.

"Os pacientes de Covid-19 tinham uma maior probabilidade de ter várias condições cardiovasculares em comparação com participantes não infetados, tanto a curto como a longo prazo, incluindo enfarte do miocárdio, doença cardíaca coronária, insuficiência cardíaca e trombose venosa profunda", referem as conclusões da sociedade europeia.

Já os riscos de algumas condições cardiovasculares, como acidente vascular cerebral e fibrilhação auricular, foram considerados elevados em doentes com Covid-19 a curto prazo, mas depois voltaram aos níveis normais.

"Este estudo foi realizado durante a primeira onda da pandemia, mas novas pesquisas devem avaliar os surtos subsequentes", adiantou Ian Wong, para quem são necessários mais estudos para investigar a eficácia da vacinação na redução dos riscos de doenças cardiovasculares e morte após infeção Covid-19.

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