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Covid-19. Presidente chinês admite estar preocupado com vaga de casos nas áreas rurais

19 jan, 2023 - 04:32 • Lusa

O país registou quase 60 mil mortes nos hospitais ligadas à pandemia da covid-19, desde o levantamento das medidas de prevenção no início de dezembro.

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O Presidente chinês, Xi Jinping, admitiu na quarta-feira que está preocupado com a vaga de casos de Covid-19 que deve atingir o vasto interior da China, durante o Ano Novo Lunar.

No primeiro comentário público sobre a onda de infeções registada no país, depois de Pequim ter desmantelado a estratégia de ‘zero casos’ de Covid-19, o secretário-geral do Partido Comunista Chinês admitiu estar “mais preocupado com as áreas rurais e os camponeses”.

“As instalações médicas são relativamente vulneráveis nas áreas rurais, e isto significa que é mais difícil prevenir [o impacto da doença] e que o desafio é mais árduo”, descreveu.

As afirmações de Xi foram feitas durante a mensagem do Ano Novo Lunar, dirigida aos habitantes e funcionários do Partido Comunista em Mianyang, uma cidade na província de Sichuan. Xi, que falou a partir do Grande Palácio do Povo, em Pequim, exortou-os a fazer tudo o possível para conter a propagação do vírus.

O líder chinês defendeu, no entanto, que o país “fez a escolha certa” ao impor medidas rígidas de prevenção epidémica nos últimos três anos. A China reduziu a proporção de casos graves e a taxa de mortalidade ao “máximo possível”, adquirindo “tempo precioso” para otimizar a sua resposta, afirmou.

Centenas de milhões de trabalhadores chineses migrados nas cidades estão a regressar à terra natal, para celebrar a principal festa das famílias chinesas, que calha este ano entre os dias 21 e 28 de janeiro.

Trata-se da maior migração interna do planeta e coincide, este ano, com o fim da política de ‘zero casos’ de covid-19, que durante quase três anos restringiu o fluxo interno de pessoas no país.

Admitindo que a atual onda de infeções que varre o país é “feroz e grave”, Xi Jinping pediu aos profissionais de saúde na linha da frente que aumentem as medidas de autoproteção.

“Devemos fortalecer a proteção e os cuidados às nossas equipas médicas para garantir a sua saúde”, disse.

O fim das restrições, após protestos ocorridos em várias cidades da China, lançou uma vaga de infeções sem precedentes nas zonas urbanas, que deve agora alastrar-se ao interior do país, onde os recursos de saúde são considerados insuficientes.

Apesar da vaga de casos sem precedentes e da crise de saúde pública que atingiu o país, Xi insistiu que “a luz ao fundo do túnel está mesmo à frente” e que a “persistência é vitória”.

Na videochamada participou também a vice-primeira-ministra Sun Chunlan e o membro do Politburo do Partido Comunista Chinês Liu Guozhong, que deve assumir o cargo de principal autoridade da China para as políticas da Covid-19, depois de Sun se aposentar oficialmente em março.

De acordo com dados oficiais divulgados no domingo passado, a China registou quase 60 mil mortes nos hospitais ligadas à pandemia da Covid-19, desde o levantamento das medidas de prevenção no início de dezembro.

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