20 jan, 2023 - 08:58 • Lusa
A China registou na quinta-feira, vésperas do feriado do Ano Novo Lunar, um aumento de 55,1% no número de deslocações internas, face ao período equivalente no ano passado, após ter abolido a política de 'zero covid'.
Centenas de milhões de trabalhadores chineses migrados nas cidades estão a regressar à terra natal, para celebrar a principal festa das famílias chinesas, que calha este ano entre os dias 21 e 27 de janeiro.
Trata-se da maior migração interna do planeta e coincide, este ano, com o fim da política de 'zero casos' de covid-19, que durante quase três anos restringiu o fluxo interno de pessoas no país.
Segundo o Ministério dos Transportes da China, o país registou 46,1 milhões de viagens, na quinta-feira, um número que, apesar de representar um forte aumento face ao ano anterior, continua a ser 44% inferior ao registado no dia equivalente em 2019, o último ano antes da pandemia da covid-19.
As estradas registaram 35 milhões de viagens, valor que representa um crescimento de 65,3%, face a 2022, mas que continua a ser 49,9% inferior ao registado antes do início da pandemia.
As companhias aéreas registaram 1,3 milhão de viagens (+38,1% face a 2022 e -24,7% face a 2019). A rede ferroviária do país registou 8,9 milhões de deslocações, um aumento de 27,6%, face a 2022, mas 12,8% abaixo do número de 2019.
O Conselho de Estado (Executivo) exortou, em meados de dezembro, as autoridades locais a dar prioridade aos serviços de saúde nas zonas rurais "para proteger a população", apontando a "relativa escassez de recursos médicos" face ao elevado número de deslocações previstas.
A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou, no último sábado, um total de 59.938 mortes, entre 08 de dezembro e 12 de janeiro deste ano.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou, na semana passada, que a China não estava a fornecer números completos de mortes por covid-19 no atual surto, o que não permite perceber a verdadeira extensão da doença a nível global.
A China defende que tem partilhado os seus dados "de forma aberta, atempada e transparente" desde o início da pandemia.