22 jan, 2023 - 11:55 • Lusa
O Irão está a preparar medidas "recíprocas" para aplicar caso a União Europeia inclua o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (CGRI) na lista de organizações terroristas.
O parlamento iraniano está a analisar as condições para incluir "entidades dos exércitos dos países europeus na lista de organizações terroristas", avisou o chefe da diplomacia iraniana, o ministro Hossein Amir-Abdolahian, através de uma publicação na rede social Twitter.
Na quinta-feira, o Parlamento Europeu apelou para mais sanções contra o regime iraniano por "flagrante desprezo" pela dignidade humana e apoio à Rússia, e defendeu a inclusão do CGRI na lista de organizações terroristas.
Numa resolução adotada no hemiciclo de Estrasburgo, França, os eurodeputados defendem que "o flagrante desprezo do regime iraniano pela dignidade humana e pelas aspirações democráticas dos seus próprios cidadãos, bem como o seu apoio à Rússia, exige novos ajustamentos à posição da UE em relação ao Irão".
A resolução adotada apela ao Conselho e aos Estados-membros da UE para acrescentarem "o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica e as suas forças subsidiárias, incluindo a milícia paramilitar Basij e a Força Quds, à lista de organizações terroristas da UE".
Desde que foi adotada esta resolução, Teerão tem enviado alertas aos países europeus.
O presidente do parlamento, Mohammad Bagher Ghalibaf, afirmou que o Irão "responderá de imediato e com firmeza", caso a UE avance com esta decisão.
Bruxelas já esclareceu que a decisão final ainda não foi adotada, mas, na segunda-feira, os ministros das Relações Externas da UE devem acordar novas sanções contra 37 pessoas ou entidades iranianas.
O Irão está a ser confrontado por uma onda de protestos desde a morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma jovem curda-iraniana de 22 anos, que morreu três dias depois de ser presa pela polícia da moralidade em Teerão por suposto uso indevido do hijab - o véu islâmico.
Desde então, e na sequência dos protestos que se estenderam a todo o país, morreram já dezenas de pessoas, enquanto mais de 14 mil estão detidas e mais de uma centena foi condenada à morte, tendo já sido executadas, pelo menos, quatro.