23 jan, 2023 - 15:59 • Lusa
O Governo britânico anunciou esta segunda-feira novas sanções contra organizações e funcionários iranianos, incluindo o procurador-geral adjunto, Ahmad Fazelian, em retaliação pela repressão exercida pelo regime de Teerão contra as manifestações que agitam o país há vários meses.
Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, Ahmad Fazelian é responsável por um sistema judicial marcado por "julgamentos injustos e punições atrozes, incluindo a utilização da pena de morte para fins políticos", numa referência à recente execução do ex-ministro da Defesa Alireza Akbari, de nacionalidade britânico-iraniana.
Na lista dos sancionados pelas autoridades britânicas está também Kiyumars Heidari, comandante-chefe do Exército da República Islâmica do Irão, figura do regime que admitiu publicamente o envolvimento na resposta violenta aos protestos de novembro de 2019 que resultaram na morte de centenas de manifestantes. Nessa altura, o país também foi palco de grandes protestos, depois do anúncio do aumento dos preços dos combustíveis.
Outro dos sancionados é Hossein Nejat, comandante adjunto do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) Sarallah (a divisão do IRGC responsável pela segurança em Teerão), bem como Salar Abnoush, comandante adjunto da Basij, a divisão do IRGC responsável, segundo Londres, pela “repressão brutal" nas ruas do Irão.
A própria Basij também está incluída neste pacote de sanções, que consistem num congelamento de bens e proibição de viajar para o Reino Unido, e que alinha Londres com a União Europeia (UE) e Estados Unidos.
"O Reino Unido e os nossos parceiros enviaram uma mensagem clara através destas sanções de que não haverá esconderijo para os culpados das piores violações dos direitos humanos", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, James Cleverly.
Há vários meses que se registam protestos de rua no Irão contra a morte de Masha Amini, uma jovem de 22 anos que morreu em 16 de setembro de 2022, três dias depois de ser detida pela chamada polícia de costumes, por violar o rígido código de indumentária da República Islâmica, que inclui o uso obrigatório do véu em público para as mulheres.
Desde a morte de Mahsa Amini, o Reino Unido impôs sanções a mais de 50 indivíduos e organizações, incluindo a dirigentes políticos, judiciais e oficiais de segurança no Irão.