26 jan, 2023 - 17:28 • Lusa
O vice-líder do movimento islâmico palestiniano Hamas garantiu esta quinta-feira que Israel "vai pagar pelo massacre em Jenin", onde os soldados mataram nove palestinianos em mais uma incursão na Cisjordânia.
Por sua vez, o porta-voz do grupo Jihad Islâmica Palestiniana, Tarik Salmi, afirmou que a organização a que pertence também está preparada para responder.
"A resistência está em todo o lado, preparada e desejosa de se envolver na próxima confrontação", afirmou Salmi.
As forças israelitas entraram nesta quinta-feira de manhã no campo de refugiados de Jenin para prender um esquadrão armado do grupo Jihad Islâmica Palestiniana que, segundo fontes militares, atacou a tiro alvos israelitas e planeava novas ações.
A Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) descreveu a operação em Jenin como um "massacre" e decretou três dias de luto, ao mesmo tempo que diversos serviços na Cisjordânia entraram em greve.
Na Universidade Bir Zeit, o principal centro universitário palestiniano na Cisjordânia, os alunos interromperam as aulas para expressar descontentamento e saíram para protestos na rua.
No centro da cidade de Ramallah, lojas, escritórios e centros institucionais fecharam as portas.
De acordo com os 'media' locais, o exército israelita foi alertado para a possibilidade de as milícias palestinianas em Gaza decidirem lançar foguetes como ação retaliatória.
O Ministério da Defesa de Israel já anunciou que fará uma avaliação da situação, para tomar novas medidas.
A única reação à ação israelita até ao momento veio do enviado da ONU para o Médio Oriente, Tor Wennesland, que expressou "preocupação".
"Estou profundamente alarmado e triste com o contínuo ciclo de violência na Cisjordânia", lamentou o representante das Nações Unidas, acrescentando que a morte de nove pessoas, incluindo milicianos e uma mulher idosa, é mais um "claro exemplo" da difícil tensão na região.
No ano passado, 170 palestinianos - alguns deles milicianos, mas também civis desarmados - foram mortos em incidentes violentos com forças israelitas.
Até agora, este ano, incluindo os palestinianos mortos nesta quinta-feira, já se contam 29 mortes na Cisjordânia ocupada.
"É essencial reduzir as tensões imediatamente e evitar mais perdas de vidas", defendeu Wennesland.