26 jan, 2023 - 05:21 • Lusa
O navio "Geo Barents", operado pela organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), transporta 237 migrantes, após um terceiro resgate de 107 pessoas que viajam no Mediterrâneo amontoadas a bordo de um outro barco.
O resgate foi realizado quando o navio da organização não governamental (ONG) se dirigia para o porto de La Spezia, no noroeste de Itália.
Após socorrer 69 migrantes na tarde de terça-feira, o navio recebeu autorização para atracar no porto de La Spezia, a cem horas de distância da sua área de atuação no Mediterrâneo central, devido à nova política do Governo de extrema-direita de Giorgia Meloni.
Na sua viagem para norte, localizou uma segunda embarcação com 61 pessoas, entre as quais 13 mulheres e 24 menores, e agora uma terceira embarcação com 107 pessoas, entre as quais 5 mulheres e 36 menores.
A ONG explicou que os dois resgates foram realizados enquanto o navio navegava "para o primeiro local designado, de acordo com o direito marítimo internacional".
O navio cumpre o novo regulamento do executivo italiano, que obriga as ONG a solicitar a atribuição de um porto imediatamente após a conclusão da sua primeira operação de socorro e a não se desviar para ajudar outras embarcações em perigo.
No entanto, a organização MSF criticou o facto de ter recebido o porto de La Spezia, na região da Ligúria, a vários dias de navegação, referindo que existiam portos mais próximos.
Esta atribuição de portos afastados das zonas de salvamento responde a uma nova estratégia do Governo italiano da extrema-direita Giorgia Meloni para que os navios tenham de deixar a zona de salvamento durante dias e também implica maiores gastos para as ONG.
O Governo italiano garante que se trata de uma medida para aliviar a pressão da chegada de migrantes aos portos sicilianos.
Segundo dados do governo italiano, mais de 3.900 migrantes chegaram a Itália este ano pelo Mediterrâneo central, em comparação com 1.700 no mesmo período do ano passado, enquanto mais de 100.000 chegaram às costas italianas em 2022.