30 jan, 2023 - 10:07 • Olímpia Mairos , com agências
A Organização Mundial de Saúde (OMS) vai manter o nível máximo de alerta para a pandemia de Covid-19. A decisão foi tomada após a reunião do Comité de Emergência dos Regulamentos Internacionais de Saúde.
Apesar de o comité ter reconhecido que a pandemia pode estar a aproximar-se de um ponto de viragem, entende que “não há dúvida” de que o coronavírus SARS-CoV-2 continuará a ser um agente patogénico permanentemente estabelecido em seres humanos e animais para o futuro e, por conseguinte, é criticamente necessária uma ação de saúde pública a longo prazo.
“Embora a eliminação deste vírus dos reservatórios humanos e animais seja altamente improvável, a mitigação do seu impacto devastador na morbilidade e mortalidade é viável e deve continuar a ser um objetivo prioritário”, alerta a OMS em comunicado.
Recorde-se que na semana passada, o responsável da OMS para o Mediterrâneo Oriental, Ahmed Al-Mandhari, tinha alertado para as repercussões de uma possível disseminação do novo coronavírus nos países da região devastados pela guerra.
“O aparecimento do vírus em países muito mais vulneráveis com sistemas de saúde frágeis, incluindo a Síria e a Líbia, constitui uma preocupação especial”, indicou na altura o diretor regional da OMS em comunicado, assinalando que 21 dos 22 países da região do Mediterrâneo Oriental registam casos do novo coronavírus.
“Um país como a Síria, devastado pela guerra e com milhões de deslocados, com um sistema de saúde já no limite, ficará claramente sobrecarregado com um surto da Covid-19 e o impacto pode ser catastrófico”, sinalizou Al-Mandhari.
Também o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) alertava, na passada sexta-feira, para o número de mortes ligadas à Covid-19 que tem aumentado desde o início de dezembro.
Tedros Adhanom Ghebreyesus lembrou ainda que “o levantamento das restrições (para evitar a propagação do SARS-CoV-2) na China levou a um aumento acentuado nas mortes no país mais populoso do mundo”.
O responsável, que falava na abertura da 14.ª reunião do Comité de Emergência da OMS sobre a Covid-19, referiu ainda que a resposta global à doença “continua com falhas”, porque em muitos países “vacinas, terapias e diagnósticos (...) essenciais na prevenção de doenças graves, salvando vidas” ainda não chegaram aos que mais deles precisam.