Unesco presta assistência para estabilizar património mundial destruído

A Unesco vai prestar assistência à Síria e à Turquia disse, nesta terça-feira, a diretora geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, na sequência dos violentos sismos que abalaram, nesta segunda-feira, os dois países do Médio Oriente e que causaram não só um elevado número de mortos e feridos, mas também a danificação de importantes locais classificados como Património Mundial.

“A nossa organização prestará assistência no âmbito do seu mandato", estando já “a mobilizar os seus peritos, para estabelecer um inventário preciso dos danos com o objetivo de assegurar e estabilizar rapidamente estes locais”, afirmou Audrey Azoulay, citada pela agência France Press.

A diretora manifestou-se “particularmente preocupada” com a cidade velha de Aleppo, que está na lista do património mundial em perigo desde 2013, por causa da guerra civil na Síria e onde “foram constatados danos significativos”. “A torre ocidental da antiga muralha da cidade desmoronou-se e vários edifícios foram enfraquecidos", afirmou Audrey Azoulay.

Além dos danos causados à cidade de Aleppo, na Síria, “o colapso de vários edifícios” na fortaleza de Diyarbakır e dos jardins adjacentes de Hevsel, na Turquia, causaram tristeza à Unesco, tendo em conta que toda a área era um importante centro do período romano, sassânida, bizantino e otomano.

Outros locais do património mundial podem ter sido afetados

A Unesco disse ainda que pelo menos três outros sítios classificados como património mundial, não muito longe do epicentro, podem ter sido afetados pelos sismos.

Estes incluem o famoso sítio neolítico de Gobekli Tepe na província de Sanliurfa, lar dos mais antigos megalíticos conhecidos do mundo, com cerca de 10.000 anos.

A UNESCO diz-se também preocupada com o sítio de Nemrut Dag, uma das atrações mais icónicas da Turquia devido às estátuas gigantes que fazem parte de um antigo túmulo real erguido no alto de uma montanha.

O terceiro é o sítio arqueológico neo-Hittite de Arslantepe, fora de Malatya, uma cidade também gravemente atingida pelo terramoto.

Os violentos sismos que, nesta segunda-feira, atingiram a Síria e a Turquia, causaram, até ao momento, mais de cinco mil mortos, 20 mil feridos e milhares de desaparecidos.

Números provisórios e que subirão nas próximas horas, à medida que as autoridades removem os corpos dos escombros dos edifícios afetados.

Recorde-se que Portugal anunciou, nas últimas horas, que vai enviar 53 operacionais da Proteção Civil, GNR, INEM e bombeiros para apoiar na busca e salvamento na Turquia.

"[A equipa] sairá do nosso país para se juntar aos esforços europeus, de cariz humanitário, de proteção civil e, muito particularmente, no caso do apoio português, no âmbito da busca e do salvamento", confirmou o ministro da Administração Interna.