08 fev, 2023 - 19:31 • Diogo Camilo
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, indicou que “nada está fora da mesa” no que toca à assistência militar do Reino Unido à Ucrânia, após o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter pedido ao país aviões de combate para enfrentar as forças russas. Em reação, a Embaixada Russa em Londres já alertou para um possível "banho de sangue".
“O Reino Unido foi, apenas atrás dos EUA, o maior fornecedor de equipamento militar da Ucrânia no último ano e a primeira nação do G7 a enviar tanques de batalha para a Ucrânia. Acreditamos que o Reino Unido liderou um esforço internacional que levou outros países a entregarem tanques”, disse Sunak numa conferência de imprensa conjunta esta quarta-feira, indicando que aviões de combate também podem fazer parte da equação.
O tema da possível entrega de aviões de combate por parte do Reino Unido foi trazido à mesa por Zelensky, durante o seu discurso no parlamento britânico, onde pediu para “asas para proteger a liberdade” dos ucranianos.
Sunak anunciou a formação de militares da força aérea ucraniana, naquilo que disse ser o “primeiro passo” para a entrega de aviões de combate à Ucrânia
“É um processo que leva tempo. Começámos esse processo hoje. E tomamo-lo porque apoiamos o presidente e o seu país na vitória. Nada está fora da mesa”, afirma.
Já Zelensky, na conferência de imprensa conjunta, diz que há o risco de “estagnação” na batalha contra a Rússia.
“Sem armas, sem aquilo que falámos com o Rishi, haveria estagnação, o que não traria nada de bom”, disse o presidente ucraniano, que acrescentou que os veículos armados são a prioridade principal, tal como “mísseis de longo alcance”.
Na primeira visita ao Reino Unido e a segunda ao e(...)
“Estamos muito agradecidos que o Reino Unido nos tenha ouvido”, acrescentou.
Zelensky confirmou ainda as reuniões desta quarta-feira à noite, em Paris, com Emmanuel Macron e Olaf Scholz, presidente francês e chanceler alemão, e a presença em Bruxelas esta quinta-feira, para onde foi convidado a participar numa cimeira do Conselho Europeu e numa sessão extraordinária no Parlamento Europeu.
Esta é a segunda vez que Zelensky viaja para fora do território ucraniano desde que a Rússia invadiu o país, a 24 de fevereiro.
Numa reação às palavras de Sunak, a Embaixa Russa em Londres indicou que o envio de aviões de combate à Ucrânia provocaria uma "escalada do conflito" e um "banho de sangue".
"É na nossa consciência que tal cenário será um 'banho de sangue' de uma próxima escalada, que teria consequências para o continente europeu e todo o mundo", refere a resposta enviada à agência estatal russa RIA.
Em comunicado, a embaixada diz que as tropas ucranianas irão usar aviões de combate militar do Ocidente em bombardeamentos de áreas residenciais de cidades de regiões ucranianas atualmente ocupadas pela Rússia.