16 fev, 2023 - 15:45 • Lusa
O presidente brasileiro reconheceu que o Governo está a ter alguma dificuldade em formar equipas devido à presença ainda nas instituições de dezenas de apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de "infiltrados".
"Tem que ter um pouco de paciência, porque estamos há 40 dias no Governo. Ainda nem conseguimos montar as equipas porque temos que tirar as dezenas de 'bolsonaristas' que estão infiltrados", disse Lula da Silva, num evento realizado em Salvador.
Desde a sua chegada ao Palácio do Planalto, o chefe de Estado brasileiro tem vindo a fazer esta "limpeza" das instituições, principalmente após os ataques às sedes dos três poderes em Brasília, em 8 de janeiro, que colocaram em causa a atuação de vários altos comandos das forças de segurança por suposta omissão das suas funções.
Uma das promessas de campanha de Lula foi a desmilitarização das instituições, após o mandato de Bolsonaro com forte presença de militares tanto como chefes de ministérios quanto em outros cargos e pastas secundárias.
Por sua vez, foram vetadas algumas das nomeações que Bolsonaro deixou designadas em agências reguladoras, embaixadas e tribunais.
O objetivo também é expurgar dos cargos de apoiantes da Lava Jato, operação anticorrupção que levou Lula da Silva à prisão.
Sobre a violência de 8 de janeiro, o Presidente brasileiro acusou os funcionários do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de conluio com os assaltantes e demitiu muitos deles.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) tem sido outro dos focos de 'bolsonaristas' apontados pelo novo Governo, como demonstrou a demissão de 26 dos 27 superintendentes regionais da instituição, após a sua polémica atuação permitindo o bloqueio das estradas depois das eleições presidenciais, em outubro passado.