16 fev, 2023 - 13:04 • Lusa
Pelo menos 36.187 pessoas morreram e outras 108.000 ficaram feridas na Turquia após os dois fortes sismos que atingiram o país em 6 de fevereiro, avançou a agência de gestão de emergências e desastres da Turquia.
Os sismos provocaram a queda de milhares de edifícios – sob os quais dezenas de milhares de corpos ainda podem estar soterrados, alertaram vários especialistas turcos e internacionais – e outras 50 mil edificações foram gravemente danificadas e terão de ser demolidas.
Esta quinta-feira, uma jovem de 17 anos foi resgatada com vida depois de passar dias presa nos escombros de um prédio na província de Kahramanmaras, onde foi registado o epicentro do primeiro terramoto.
A região afetada pelos sismos, de magnitude 7,8 e 7,5, estende-se por mais de 100 mil quilómetros quadrados e abriga cerca de 14 milhões de pessoas.
Segundo a agência, mais de 216 mil pessoas foram retiradas das províncias mais afetadas pelos terramotos.
Coskun Aral, jornalista e fotógrafo de guerra que esteve na zona do desastre, garantiu à agência de notícias EFE que existem dezenas de milhares de cadáveres sob os escombros e que alguns permanecerão ali por muito tempo. “Estive em muitas zonas de guerra e desastres, mas nunca vi nada parecido com isso”, declarou Coskun, alertando ainda que surtos de cólera podem acontecer se uma ação forte não for tomada agora.
“Já existe sarna, as pessoas não se conseguem lavar desde o primeiro dia”, afirmou o jornalista.
Deniz Yavuzyilmaz, deputado do principal partido da oposição social-democrata CHP, assegurou que existe o risco de uma epidemia porque os cadáveres que permanecem nos escombros estão a começar a decompor-se e que os membros das equipas de resgate que removem os corpos não se podem lavar ou trocar de roupa.
No dia 6 de fevereiro, a Turquia e a Síria foram atingidas por um terramoto de magnitude 7,8 na escala de Richter — com epicentro em território turco -, a que se seguiram várias réplicas, uma das quais de magnitude 7,5.
Até ao momento, cerca de 5.000 pessoas morreram na Síria devido aos sismos.