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China pede à UE mais cooperação para "injetar estabilidade" no mundo

19 fev, 2023 - 09:23 • Lusa

Chefe da diplomacia chinesa defendeu que Pequim e Bruxelas devem ser "parceiros e não rivais" e que "os consensos superam de longe as diferenças".

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O responsável pela política externa chinesa, Wang Yi, afirmou no sábado que a China e a União Europeia (UE) devem cooperar mais para "injetar estabilidade no mundo", de acordo com fonte oficial.

Wang Yi reuniu-se com o Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, à margem da Conferência sobre Segurança de Munique, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês num comunicado divulgado hoje.

O chefe da diplomacia chinesa disse a Borrell que Pequim e Bruxelas devem ser "parceiros e não rivais" e que "os consensos superam de longe as diferenças".

"Temos de respeitar os interesses fundamentais de cada um e apreciar os frutos da cooperação. A China superou com sucesso a pandemia e está pronta para reiniciar por completo os intercâmbios com a Europa e o resto do mundo", disse Wang.

O responsável sugeriu que os dois lados se preparem "de forma ativa" para uma nova cimeira de líderes China-UE, com o objetivo de "levar os intercâmbios bilaterais de volta aos níveis anteriores à pandemia".

"A essência das relações económicas e comerciais entre a China e a União Europeia é complementar e mutuamente benéfica. As duas partes devem manter a abertura e a cooperação", afirmou.

Durante a estadia em Munique, Wang procurou aproximar a Europa da China, criticando duramente os Estados Unidos e classificando de "absurda e histérica" a decisão de Washington de abater, no início de fevereiro, o alegado balão espião chinês que sobrevoou território norte-americano.

Wang reiterou no sábado que o balão não tinha tripulação, era uma aeronave civil e sem possibilidades de ser comandado à distância.

O balão foi localizado no final de janeiro no espaço aéreo norte-americano e foi abatido sobre as águas do Atlântico em 04 de fevereiro. Dias antes sobrevoara diversas áreas dos Estados Unidos, como o Estado de Montana (noroeste do país), onde fica um dos três campos de silos de mísseis nucleares existentes nos Estados Unidos.

Durante um debate em Munique, Wang revelou que "existem inúmeros balões pelo mundo e que derrubar todos é impossível" e considerou que a decisão de disparar contra o dispositivo "não mostra a força do Estados Unidos, antes pelo contrário"

Wang considerou que a decisão dos EUA de abater o balão chinês foi um "erro de avaliação estratégica" e reiterou que Pequim está interessada em manter relações bilaterais com os Estados Unidos baseadas no "respeito mútuo e na coexistência pacífica".

Pequim insistiu nos últimos dias que o balão entrou no espaço aéreo norte-americano ao desviar-se erroneamente da trajetória, reiterando ainda que o balão foi usado para fins meteorológicos e não de espionagem.

Além deste balão, os Estados Unidos derrubaram outros três objetos voadores no seu território e no Canadá na última semana, cuja origem está a ser investigada por autoridades norte-americanas e canadianas.

A descoberta dos "balões espiões" reavivou as tensões bilaterais e levou à suspensão de uma viagem à China que o secretário de Estado, Antony Blinken, pretendia realizar.

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