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Naufrágio em Itália. Polícia detém três suspeitos de tráfico humano

28 fev, 2023 - 22:13 • Redação

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As autoridades italianas prenderam três pessoas, e estavam à procura de um quarto suspeito, por alegadamente estarem envolvidos no tráfico dos imigrantes que seguiam no barco que naufragou na madrugada de domingo, perto de Crotone, região de Calábria.

As equipas de resgate continuam as buscas, sendo que até ao momento foram contabilizados 64 mortos, dos quais 14 são crianças. Até agora, foram resgatados 82 sobreviventes.

Os caixões das vítimas foram transportados para um pavilhão desportivo na cidade de Crotone, no sul da Itália, onde os familiares identificaram as vítimas.

Segundo informaram as equipas de resgate, em declarações à Reuters, a maioria dos migrantes vinham do Afeganistão, com outros do Paquistão, Irão, Somália e Síria.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Afeganistão, liderado pelos Talibãs, disse esta terça-feira que 80 cidadãos afegãos, incluindo crianças, tinham morrido no naufrágio.

A patrulha da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira, Frontex, revelou, esta terça-feira que alertou no sábado as autoridades italianas para uma embarcação que "navegava sem problemas, a seis nós [de velocidade], com boa flutuabilidade e uma única pessoa visível no convés".

A Frontex, que seguia num avião, enviou a mensagem ao ponto de contacto nacional das forças de segurança italianas e ao Centro de Operações da Guarda Costeira. A Guarda Costeira italiana informou que, após ser alertada, comunicou com um outro navio que se encontrava nas imediações do ponto referenciado pela patrulha da Frontex para proceder à "interceção da embarcação".

No entanto, várias horas se passaram sem que o barco fosse detetado, segundo o relato divulgado pelas autoridades italianas.

Segundo o mesmo relato, a partir das 04h30 locais (03h30 em Lisboa), as autoridades costeiras italianas começaram a receber chamadas telefónicas de "pessoas em terra" que "alertaram para a existência de um barco em perigo a poucos metros da costa", dando-se, então, início ao processo de coordenação entre as diferentes forças de segurança.

"Esta é a primeira informação de emergência recebida pela Guarda Costeira em relação à embarcação avistada pelo avião da Frontex", explicou o órgão de segurança, que aproveitou para esclarecer que nenhuma das chamadas partiu do navio em perigo.

Em seguida, os 'Carabinieri' (polícia militar italiana), previamente alertados pela Guarda Costeira, chegaram à área e reportaram, então, o naufrágio.

A partir desse momento, os diferentes órgãos de segurança ativaram o dispositivo de emergência sob a coordenação da Guarda Costeira da Região da Calábria "com o envio de meios navais e aéreos, homens e meios terrestres para a área indicada".

Mas os esforços foram inúteis, pois o barco ficou destruído depois de colidir com rochas na costa de Steccato di Cutro.

A embarcação, que partira quatro dias antes da costa da Turquia, transportava cerca de 200 migrantes.

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