06 mar, 2023 - 20:15 • Marta Pedreira Mixão , com agências
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, debateu a batalha “dolorosa e difícil” contra as forças russas na região de Donbass, onde está localizada a disputada cidade de Bakhmut, com dois generais e comandantes que integram a defesa da cidade que continua ser palco de violentos confrontos.
Zelensky afirmou ter discutido a situação com Valery Zaluzhny, chefe das forças armadas da Ucrânia, e Oleksandr Syrsky, comandante das forças terrestres do país, e que estes se pronunciaram "a favor da continuação da operação defensiva e do reforço das nossas posições em Bakhmut", assegurou.
As declarações sobre continuidade e o reforço das tropas em Bakhmut surge depois de, este fim de semana, ter sido divulgada uma análise realizada pelo Instituto para o Estudo da Guerra, que sugeria que as forças ucranianas poderiam estar "a conduzir uma retirada parcial em Bakhmut oriental”.
O general Syrsky, citado pelo jornal Ukrainska Pravda, afirmava que os combates em Bakhmut tinham atingido o "mais alto nível de tensão" e que as tropas ucranianas "têm defendido corajosamente as nossas posições no norte de Bakhmut, tentando impedir o cerco da cidade".
A Rússia está a tentar conquistar Bakhmut, no leste da Ucrânia, há vários meses, o que levou a cidade a tornar-se num símbolo da luta pelo controlo da região industrial do Donbass, formada pelas autoproclamadas repúblicas independentes de Lugansk e de Donetsk.
Entretanto, o chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigojine, cujos homens estão na linha da frente da batalha por Bakhmut, voltou a reclamar por falta de munições, atribuindo os atrasos nas entregas a uma possível traição.
“Foram dadas ordens para entrega [de munições] em 23 de fevereiro, mas, até agora, a maior parte não foi enviada”, disse Prigojine, numa mensagem divulgada no domingo à noite nas redes sociais, avançando só existirem duas possíveis razões para o atraso: “burocracia ou traição”.
Já na semana passada, Prigojine tinha feito várias críticas ao ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, e ao comandante das Forças Armadas do país, Valery Guerassimov, acusando-os de traição por se recusarem a fornecer material de combate ao grupo paramilitar, mas, alguns dias depois, foi aprovado um decreto que ordenou o abastecimento de armas e munições às “forças voluntárias” russas que combatem na Ucrânia.
GUERRA NA UCRÂNIA
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A ordem não acalmou, no entanto, as tensões, tendo Prigojine divulgado um vídeo, no fim de semana, no qual alerta o exército russo que “se [o grupo] Wagner se retirar agora de Bakhmut, toda a frente de combate entrará em colapso”.
“Vai cair tudo até às fronteiras da Rússia, talvez até mais. A situação não será das mais agradáveis”, avisou.
O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, visitou a zona ocupada na Ucrânia para inspecionar os trabalhos de reconstrução de Mariupol, uma cidade devastada pelas suas tropas, anunciou hoje o exército russo.
"Como parte de uma viagem à área da operação militar especial, Shoigu realizou inspeções a locais de infraestruturas já reconstruídas, bem como a novos locais de construção em Mariupol", disseram os militares russos num comunicado, citado pela agência francesa AFP.
O exército russo não especificou a data da visita de Shoigu a Mariupol, uma cidade portuária do sudeste da Ucrânia pertencente à região de Donetsk, que a Rússia anexou em 30 de setembro do ano passado, juntamente com Lugansk, Kherson e Zaporijia.
Shoigu visitou um centro médico, um centro de salvamento e uma nova área residencial com 12 edifícios, disse o exército no comunicado.
Também lhe foi apresentado um relatório sobre a construção de um aqueduto para ligar a região de Donetsk à região russa de Rostov.