07 mar, 2023 - 12:07 • Diogo Camilo com Lusa
A principal causa de morte em 2020, na União Europeia (UE), foram as doenças cardiovasculares e não a covid-19, que ficou em terceiro lugar no ano em que se tornou uma pandemia, divulga esta terça-feira o Eurostat.
De acordo com os dados do serviço estatístico europeu, as doenças cardiovasculares - as que afetam o sistema circulatório, ou seja, o coração e os vasos sanguíneos (artérias, veias e vasos capilares) -- foram, no ano em que a pandemia da covid-19 chegou à Europa, a principal causa de morte em 23 Estados-membros, com exceção para a Dinamarca, França, Irlanda e Países Baixos, onde prevaleceram as mortes por cancro.
Estes dois grupos de doenças foram os mais fatais na UE, com um total de 1,7 milhões de óbitos por doenças cardiovasculares e 1,2 milhões por cancro. No ano em que a pandemia se iniciou, a covid-19 - causada pelo vírus SARS-CoV-2 - foi a terceira maior causa de morte, com quase 439 mil mortes.
Segundo os dados mais recentes da Organização Mundial de Saúde, até 28 de fevereiro último, a pandemia - declarada em 11 de março de 2020 - tinha já causado 6.859.093 mortes em todo o mundo.
Em Portugal, a Covid-19 foi a quarta maior causa de morte entre grandes grupos de doenças e a segunda entre doenças específicas: foram registados 7.215 óbitos em 2020, apenas ultrapassados pelos acidentes vasculares cerebrais, com 11.439 mortes registadas em Portugal no mesmo período.
No seu todo, as doenças do aparelho circulatório causaram 34.593 mortes em Portugal durante o ano de 2020, tendo sido a principal causa de morte em Portugal. Representam 28% do total de óbitos no país, acima dos 5,8% associados à Covid-19.
Nos dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em maio de 2022, as doenças do aparelho respiratório representam 9,1% da mortalidade registada em 2020, enquanto tumores malignos representam 23% das mortes no primeiro ano de pandemia.
A explicação para que a Covid-19 apareça num contexto diferente às doenças do aparelho respiratório é a de que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não inclui a Covid-19 neste grupo, o que pode explicar a ligeira redução de mortes por doença respiratória.
Em média, as principais causas de morte em Portugal no ano de 2020 tiraram mais de 10 anos de vida às suas vítimas, com a Covid-19 a registar um número médio de 9,3 anos potenciais de vida perdidos.