20 mar, 2023 - 15:10 • Maria Costa Lopes , Diogo Camilo (mapa)
Portugal desceu 22 lugares no ranking dos países mais felizes do mundo ao longo dos últimos três anos, segundo o Relatório Mundial da Felicidade 2023, divulgado esta segunda-feira.
Entre 2020 e 2022 - que são justamente os anos de pandemia de Covid-19, a que se somaram ainda outras variáveis no ano passado, como a guerra na Ucrânia, a inflação mundial e várias emergências climáticas locais e globais - os portugueses ficaram mais infelizes.
No ranking de 2019, o país aparecia na 34.ª posição. Agora, ocupa o 56.º lugar. Os responsáveis pelo estudo avaliam seis áreas-chave, incluindo rendimentos, apoios sociais, esperança de vida com saúde, liberdade, generosidade e perceção de corrupção.
As conclusões do relatório, disponível em pdf, resultam dos dados recolhidos através das sondagens Gallup World, feitas entre 2020 e 2022, para a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
A Finlândia ocupa o primeiro lugar no relatório sucessivamente há seis anos.
No pódio, integralmente nórdico, estão ainda Dinamarca e Islândia. A Suécia e a Noruega não ficam muito atrás, em 6.º e 7.º lugares, respetivamente.
"Os países nórdicos merecem especial atenção à luz dos seus níveis geralmente elevados de confiança, tanto pessoal quanto institucional", lê-se no relatório.
Israel (4.º) e Nova Zelândia (10.º) também estão em destaque como os únicos países não europeus a preencher o top 10 dos países mais felizes do mundo.
Os mesmos países tendem a aparecer no top 20 consistentemente, como é o caso da Austrália (12.º), Canadá (13.º), Irlanda (14.º), Estados Unidos (15.º) e Reino Unido (19.º).
A fechar a lista dos 20 países mais felizes do mundo está a Lituânia, que tem vindo a subir de forma consistente nos últimos seis anos, desde o 52.º lugar em 2017.
“O objetivo de qualquer instituição deve ser contribuir com o que puder para o bem-estar humano”, indicam os autores do relatório, o que inclui ter em consideração as gerações futuras e a preservação dos direitos humanos básicos.
No fundo da lista estão países nos continentes africano e asiático: Serra Leoa, Líbano e Afeganistão são os países menos felizes de entre os 137 avaliados.
As avaliações médias de vida nesses países estão mais de cinco pontos abaixo (numa escala de 0 a 10) do que nos 10 países mais felizes.
O bem-estar na Ucrânia definitivamente foi atingido após a invasão russa em 2022. Mesmo assim, segundo o relatório, “as avaliações de vida em setembro de 2022 permaneceram mais altas do que após a anexação [da Crimeira] em 2014, apoiadas agora por uma sensação mais forte de propósito comum, benevolência e confiança na liderança ucraniana”.
A confiança no Governo cresceu em ambos os países em 2022,
indica a pesquisa, “mas muito mais na Ucrânia do que na Rússia". No ranking deste
ano, a Rússia surge em 70.º lugar e a Ucrânia em 92.º.