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Primeira greve nacional em França depois da aprovação da reforma das pensões

23 mar, 2023 - 10:08 • Lusa

Preveem-se mais de 300 manifestações por todo o país, que devem mobilizar entre 600 mil e 800 mil franceses.

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Esta quinta-feira, os sindicatos franceses organizam o nono dia de protestos a nível nacional, em pouco mais de dois meses, contra a reforma das pensões, prevendo-se a primeira grande mobilização sindical após a aplicação por decreto da nova lei.

Os serviços de informações da polícia francesa preveem uma forte participação nas mais de 300 manifestações convocadas em todo o país e que podem envolver entre 600 mil a 800 mil pessoas.

De acordo com a mesma fonte, é aguardada a presença do grupo dos coletes amarelos, sobretudo em Paris. Assim, a polícia tenciona mobilizar 12 mil agentes em todo o país, cinco mil dos quais na capital.

Na noite de quarta-feira voltaram a repetir-se marchas espontâneas e protestos em várias cidades de França, tendo-se registado confrontos entre manifestantes e polícias.

As manifestações decorrem num dia em que ocorrem greves em vários setores, nomeadamente nos transportes, refinarias, recolha de resíduos e educação, assim como no setor da energia.

A paralisação que está a ser cumprida pelos controladores aéreos obrigou ao cancelamento antecipado de 30% dos voos no aeroporto de Orly (Paris) e 20% nos aeroportos de Marselha, Toulouse e Lyon.

Esta quinta-feira, circulam apenas metade dos comboios de alta velocidade. As composições que fazem longas ligações estão parados e 30% das viagens regionais estão afetadas pela greve.

Na periferia de Paris, a greve nos caminhos de ferro suprimiu entre 50% e 80% das ligações. Na rede metropolitana da capital funcionam apenas as duas linhas automáticas (1 e 14), sendo que nas outras linhas o serviço encontra-se reduzido.

Na capital, também continua a greve à recolha de lixo, que se prolonga há mais de duas semanas.

Paris continua inundada de lixo após duas semanas de greve dos serviços de recolha
Paris continua inundada de lixo após duas semanas de greve dos serviços de recolha

A paralisação nas refinarias mantém-se, assim como continuam presentes os piquetes de greve à entrada das instalações, impedindo a saída de combustível.

Apesar de o Governo ter imposto o regresso ao trabalho a alguns funcionários nos depósitos de combustível, o número de postos de abastecimento sem carburantes continua a aumentar.

O bloqueio dos trabalhadores ao depósito de Gonfreville, na Normandia, que abastecem os aeroportos de Paris, pode provocar a suspensão de mais ligações aéreos.

Na quarta-feira, a intervenção do Presidente Macron defendendo a reforma das pensões e assumindo o "preço político" da situação aumentou a tensão social em França.

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