27 mar, 2023 - 12:24 • Lusa
Um cidadão japonês detido na República Popular da China é suspeito de espionagem e vai ser processado, disse esta segunda-feira o regime de Pequim.
"O cidadão japonês é suspeito de envolvimento em atividades de espionagem, em violação do Código Penal e da Lei Anti-Espionagem da República Popular da China", disse Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim.
"As autoridades chinesas tomaram medidas coercivas" contra o suspeito com vista ao estabelecimento de um "processo", disse a mesma porta-voz durante uma conferência de imprensa.
Hoje, antes das declarações do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Tóquio apelou à libertação "sem grandes demoras" do cidadão japonês.
A embaixada de Tóquio em Pequim foi informada "este mês de que um japonês, com idade entre os 50 e os 60 anos, tinha sido detido em Pequim por violar as leis chinesas", disse hoje o porta-voz do Governo do Japão, Hirokazu Matsuno.
O porta-voz nipónico acrescentou que o consulado de Tóquio na capital da República Popular da China já pediu às autoridades de Pequim para "visitar" o cidadão japonês.
O homem que foi detido é um empregado da companhia farmacêutica japonesa Astellas, confirmou à agência France Presse fonte da empresa, recusando-se a prestar mais declarações.
Segundo a imprensa de Tóquio, o cidadão detido trabalhava na República Popular da China há duas décadas.
A agência de notícias japonesa Kyodo, indicou que se trata de um "antigo alto responsável da Câmara de Comércio e Indústria do Japão na República Popular da China" e que foi detido pouco antes da data que tinha previsto para "regressar".
"A China é um país que respeita o Estado de Direito. Os cidadãos estrangeiros na China devem respeitar as leis chinesas. Os que não respeitam a lei e cometem crimes ou delitos são processados", disse Mao Ning.
"Nos últimos anos, verificaram-se casos semelhantes em que estão implicados cidadãos japoneses. O Japão deve disciplinar melhor e 'pôr na ordem' os próprios cidadãos", acrescentou Mao.
Em outubro de 2019, um professor universitário japonês foi detido em Pequim e acusado de espionagem tendo sido libertado um mês depois da detenção.