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Comissária russa visada pelo TPI nega na ONU deportação ilegal de menores ucranianos

05 abr, 2023 - 22:35 • Lusa

De acordo com a comissária, desde fevereiro de 2022 - quando a Rússia invadiu a Ucrânia -, várias regiões russas acolheram mais de cinco milhões de habitantes da Ucrânia, dos quais 700.000 eram crianças.

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A comissária russa para a infância, alvo de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI), negou hoje a deportação ilegal de menores ucranianos numa polémica reunião informal do Conselho de Segurança da ONU.

Assim que a comissária Maria Lvova-Belova tomou a palavra - através de videoconferência -, representantes de vários membros do Conselho de Segurança levantaram-se das suas cadeiras e deixaram a reunião em protesto.

Os representantes dos Estados Unidos da América, Reino Unido, Malta e Albânia saíram da sala, enquanto representantes dos outros 11 membros do Conselho de Segurança permaneceram sentados.

"Opomo-nos a esta oradora, uma mulher acusada de um crime de guerra, que está envolvida na deportação e rapto de crianças das suas casas", declarou à imprensa, antes do encontro, a embaixadora norte-americana, Linda Thomas-Greenfield.

De acordo com a comissária, desde fevereiro de 2022 - quando a Rússia invadiu a Ucrânia -, várias regiões russas acolheram mais de cinco milhões de habitantes da Ucrânia, dos quais 700.000 eram crianças.

"Todos eles vieram com filhos, com pais, familiares ou com os seus tutores legais. Entre essas crianças, havia 2.000 de orfanatos ou lares adotivos. Elas vieram com seus guardiões ou outras pessoas responsáveis por elas", argumentou.

"Até ao momento, cerca de 1.300 crianças foram devolvidas aos seus orfanatos (de origem). Quatrocentas crianças, devido ao facto de essas instituições serem constantemente bombardeadas pela Ucrânia, foram enviadas para orfanatos russos em diferentes regiões e estão a ser atendidas nessas instituições e 358 crianças foram colocadas em casas com tutores que supervisionam a custódia", acrescentou Maria Lvova-Belova.

Ao longo da sua apresentação, a comissária russa exibiu ainda um vídeo de alegadas crianças ucranianas a receberem cuidados médicos e presentes em solo russo, assim como as suas dinâmicas em famílias de acolhimento

A veracidade dos relatos apresentados pela Missão da Federação Russa junto da ONU não pode ser verificada.

Por outro lado, as autoridades ucranianas indicaram que, até ao fim de fevereiro passado, foram deportadas 16.221 crianças para a Rússia, número que a Comissão dos Direitos Humanos da ONU não conseguiu confirmar.

Algumas dessas crianças, segundo a Ucrânia, foram entregues para adoção a casais russos, os quais o Governo de Kiev contactou diretamente para alertá-los de que conhece a sua identidade e que devem ser responsabilizados por se terem oferecido para assumir a guarda desses menores de forma ilegal.

Esta reunião, que não decorreu na sala onde habitualmente se reúne o Conselho de Segurança e que não foi transmitida pelos canais oficiais da ONU a pedido do Reino Unido, esteve envolvida em forte polémica, com dezenas de países a oporem-se à sua realização.

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  • J M
    06 abr, 2023 Seixal 15:47
    Os americanos, e os outros, antes de lançarem as pedras deviam lembrar-se que também têm telhados de vidro. Já se esqueceram do que fez o Trump com as crianças mexicanas que foram arrancadas dos braços dos pais e colocadas em cativeiro?

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