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Irão. Mais de 150 estabelecimentos encerrados por não respeitarem véu obrigatório

16 abr, 2023 - 19:06 • Lusa

Encerramentos acontecem um dia depois de entrar em vigor no país um novo plano policial, com recurso a câmaras de vigilância e reconhecimento facial, para controlar o uso do véu pelas mulheres.

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Mais de 150 estabelecimentos comerciais no Irão foram encerrados pelas autoridades, este fim de semana, por não terem respeitado a obrigatoriedade do uso do véu por parte das funcionárias.

Estes encerramentos foram decretados no dia seguinte à entrada em vigor de um novo plano policial, com recurso a câmaras de vigilância e reconhecimento facial, para controlar o uso do véu pelas mulheres, designado de "hijab" e obrigatório desde a Revolução Iraniana, em 1979.

"Infelizmente, a polícia teve de interditar 137 lojas e 18 restaurantes e salões de receção no país por não terem dado atenção aos avisos anteriores" relacionados com a obrigatoriedade do véu, disse o porta-voz da polícia no Irão, Said Montazerolmahdi, citado pela agência de notícias Tasnim.

O reforço da fiscalização sobre a obrigatoriedade do véu surge numa altura em que cada vez mais mulheres desafiam o código de vestimenta imposto, em particular o uso desta peça, e depois das manifestações desencadeadas pela morte de Mahsa Amini, em 16 de setembro, quando foi detida por violação das regras de vestuário.

A polícia alertou que os proprietários de carros também receberão uma mensagem de advertência se uma passageira violar o código de vestimenta, avisando que correm o risco de ter o veículo apreendido em caso de reincidência.

"Durante as últimas 24 horas, várias centenas de casos de incumprimento do uso do véu em automóveis foram registados por inspetores da polícia e os proprietários de carros foram informados por mensagens de texto", indicou Said Montazerolmahdi.

No final de março, o chefe da autoridade judicial, Gholamhossein Mohseni Ejei, avisou que todas as mulheres que removessem o véu seriam punidas.

Na sexta-feira, o chefe da polícia iraniana, Ahmad Erza Radan, anunciou que "a aplicação do plano do véu e da castidade" começaria no sábado. Grupos de estudantes anunciaram protestos contra o regresso da medida.

O responsável pelas forças policiais do Irão assegurou que "as câmaras não cometem erros" no momento de identificar as mulheres que não se cobrem com o véu.

A lei pune as mulheres que não usam o véu com multas e penas até dois meses de prisão, mas as autoridades estão a considerar outras opções, como a privação de utilizar serviços bancários.

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