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Lula da Silva quer G20 político para negociar a paz na Ucrânia

16 abr, 2023 - 12:58 • Lusa

Lula da Silva disse esperar que China, Emirados Árabes Unidos e outros países tentem pôr fim à guerra.

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O presidente brasileiro propôs, este domingo, uma mediação conjunta com a China e Emirados Árabes Unidos (EAU) na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, uma questão que disse ter discutido em Pequim e em Abu Dhabi.

Luiz Inácio Lula da Silva, que concluiu este domingo uma visita aos EAU depois de ter estado na China, também reafirmou as acusações aos Estados Unidos da América (EUA) e à União Europeia (UE) de prolongarem a guerra.

A guerra foi provocada por “decisões tomadas por dois países”, Rússia e Ucrânia, disse Lula da Silva na conferência de imprensa em Abu Dhabi que encerrou a visita aos EAU, citado pela agência francesa AFP.

Lula da Silva disse esperar que China, EAU e outros países se juntem num “G20 político” para tentar pôr fim à guerra desencadeada pela invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.

“O presidente Putin não está a tomar qualquer iniciativa para parar a guerra; [o presidente Volodymyr] Zelensky da Ucrânia não está a tomar qualquer iniciativa para parar a guerra”, disse o líder brasileiro, através de um tradutor oficial.

“A Europa e os EUA continuam a contribuir para a continuação da guerra. Portanto, têm de se sentar à volta da mesa e dizer: ‘basta'”, afirmou.

Na China, o presidente brasileiro tinha acusado Washington de “encorajar a guerra” na Ucrânia.

Lula da Silva disse ter sugerido aos presidentes dos EAU, Mohammed bin Zayed Al-Nahyane, e da China, Xi Jinping, a criação de um grupo de países que teriam a missão de mediar.

“O G20 [foi] formado para salvar a economia [mundial], que estava em crise”, disse.

“Agora, é importante criar outro tipo de G20 para pôr fim a esta guerra e estabelecer a paz. Esta é a minha intenção e penso que vamos ser bem-sucedidos”, afirmou.

Lula da Silva disse ainda que já tinha discutido a iniciativa com o «presidente dos EUA, Joe Biden, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o presidente francês, Emmanuel Macron, e os líderes dos países sul-americanos.

O presidente do Brasil chegou aos EAU no sábado, após uma visita de dois dias à China, durante a qual assinou acordos no valor de 10 mil milhões de dólares (mais de nove mil milhões de euros).

Lula da Silva, que voltou ao poder em janeiro após dois mandatos entre 2003 e 2010, disse em Pequim que o Brasil estava de volta ao palco internacional.

Ao contrário de outros países, a China e o Brasil nunca impuseram sanções financeiras à Rússia e estão ambos a tentar posicionar-se como mediadores.

Os EAU também tomaram uma posição neutra no conflito, atraindo um grande número de empresários russos que fogem do impacto das sanções ocidentais, particularmente no Dubai, um importante centro financeiro.

O rico país do Golfo é o segundo maior parceiro comercial do Brasil no Médio Oriente, de acordo com a agência oficial WAM.

O comércio entre os dois países, excluindo produtos petrolíferos, ascendeu a mais de quatro mil milhões de dólares (3,6 mil milhões de euros) em 2022, mais 32% do que no ano anterior.

Os dois países assinaram, no sábado, uma série de acordos sobre a luta contra as alterações climáticas e os biocombustíveis.

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