17 abr, 2023 - 22:56 • Lusa
O Pentágono anunciou hoje a realização em 45 dias de uma investigação "exaustiva" aos seus sistemas de segurança, após ter sofrido uma das maiores fugas de documentos confidenciais no caso que envolveu Jack Teixeira.
A porta-voz adjunta do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, Sabrina Singh, disse, em conferência de imprensa, que o chefe do departamento Lloyd Austin encarregou o Subsecretário da Defesa para a Inteligência e Segurança, Ronald Moultrie, juntamente com outros funcionários, daquela tarefa.
Sabrina Singh acrescentou que o Departamento de Defesa está a trabalhar com o Departamento de Justiça no inquérito em curso.
Parte desse inquérito consiste em descobrir quem tem acesso a "informação sensível" tanto no Pentágono como nas suas instalações em todo o mundo, precisou, observando que os Estados Unidos também estão a abordar a questão com os seus aliados e parceiros internacionais.
"Temos vindo a fazer isso desde a semana passada. As autoridades norte-americanas e os altos funcionários do Pentágono têm estado em contacto com os seus homólogos em todo o mundo", observou.
Sabrina Singh referiu que que Lloyd Austin discutiu a fuga de informação com o seu homólogo ucraniano, Oleksii Reznikov, e fá-lo-á hoje com o Secretário de Defesa britânico, Ben Wallace, bem como com outros aliados europeus na reunião do grupo de contacto sobre a Ucrânia no final desta semana na Alemanha.
Dezenas de documentos classificados do Departamento de Defesa dos EUA foram divulgados e publicados na Internet, incluindo informações dos serviços secretos e oficiais militares sobre a espionagem dos EUA a aliados e as perspetivas de guerra na Ucrânia, entre outras matérias.
Sabrina Singh não descartou a possibilidade de mais documentos classificados, além daqueles já publicados na Internet, possam ainda vir a público.
Na sexta-feira, o principal suspeito da fuga de informação, o jovem Jack Teixeira (com antepassados açorianos) e membro da Guarda Nacional que trabalhava numa base aérea em Massachusetts (EUA), foi acusado de transmissão e extração de informação classificada sobre a guerra na Ucrânia, entre outras matérias sensíveis.