22 abr, 2023 - 20:40 • Lusa
O Presidente do Brasil disse hoje, após o final da 13ª cimeira luso-brasileira, que "quer muito" ir a África "para renegociar", mas não iria sem uma conversa prévia com Portugal, "o grande aliado" do país nessa relação com aquele continente. .
Relembrando que o povo brasileiro é uma miscigenação do povo europeu, começando pelos portugueses, com os índios e os negros, que foram levados durante 350 anos para o Brasil, Lula afirmou: "Essa gente nos ensinou a falar, a cantar a fazer comida". .
"Por isso eu tenho ter muita gratidão por África e visito muito aquele continente", acrescentou, considerando que o Brasil não pode pagar em dinheiro essa dívida para com os africanos. .
"Por isso a gente tem de pagar em solidariedade, em fraternidade, em transferência de conhecimento, em ciência e tecnologia e na ajuda", especificou, referindo alguns dos projetos que fez em países africanos, como uma escola em Moçambique, durante os seus anteriores mandatos.
E é por tudo isso que quer voltar à África, "para renegociar".
Só que isso "passa por uma conversa com Portugal, porque Portugal é o grande aliado nessa relação", sublinhou. .
Terminando com este assunto a sua intervenção após a Cimeira entre os dois países, da qual disse sair "feliz, alegre", mas lamentando ainda não ter podido comer bacalhau, com o seu tom irónico. .
O Presidente brasileiro, Lula da Silva, chegou na sexta-feira a Lisboa para uma visita oficial a Portugal, com uma agenda intensa, que incluía uma cimeira luso-brasileira, com assuntos da comunidade imigrante em debate, mas também com um negócio aeronáutico no horizonte.
Lula da Silva estará em Portugal até 25 de Abril, dia em que se desloca para Madrid, e conta com uma delegação com um "número expressivo", com vários ministros, entre os quais da Cultura, Transportes, Saúde, Defesa, Ciência e Tecnologia, Igualdade Racial e Direitos Humanos e da Cidadania.
Na sexta-feira Lula da Silva não teve agenda. Pelo que o programa da visita começou hoje com uma cerimónia de boas vindas com honras militares na Praça do Império, em Lisboa, seguida de uma outra breve cerimónia no interior do Mosteiro dos Jerónimos, com deposição de coroa de flores no túmulo de Luís de Camões.
À espera de Lula da Silva nos Jerónimos estavam dezenas de apoiantes animados e também alguns dos brasileiros que sempre apoiaram o anterior Presidente do Brasil, de extrema-direita, Jair Bolsonaro. .
Depois, reuniu-se com o seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, a que se seguiu um encontro ampliado de delegações e um almoço com o primeiro-ministro português.
À tarde decorreu outro dos momentos altos da agenda, a 13.ª cimeira luso-brasileira, no Centro Cultural de Belém.
O dia termina com um jantar de Estado oferecido pelo Presidente português no Palácio da Ajuda.