27 abr, 2023 - 12:33 • Redação
A Organização Mundial da Saúde alertou esta quinta-feira para o possível aumento significativo de mortes no Sudão devido à falta de serviços médicos, ao surto de doenças e à falta de acesso a água e comida, como consequência do conflito armado.
Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, diz que apenas 16% das instalações médicas estão ainda a funcionar na capital sudanesa, Cartum.
"A acrescer ao número de mortos e feridos causados diretamente pelo conflito, a OMS prevê que muitas mortes serão também provocadas por surtos de doenças, falta de acesso a comida e água e interrupções nos serviços de saúde, incluindo a vacinação", sublinha
A OMS estima que um quarto das mortes poderiam ter sido evitadas se os médicos conseguissem aceder aos feridos. Contudo, se, por um lado, os “paramédicos, enfermeiras e médicos não conseguem aceder aos civis feridos”, por outr,o nem “os civis conseguem aceder ao serviços”.
Uma unidade de saúde das Nações Unidas está ainda a avaliar se a captura de um laboratório em Cartum, que contém agentes patogénico, é motivo de risco para a saúde pública.
“Quando os trabalhadores de um laboratório são forçados a abandonar e o mesmo fica sob responsabilidade de pessoas não qualificadas, há sempre risco, principalmente para essas próprias pessoas, por se exporem aos agentes patogénicos”, disse Mike Ryan, responsável pelo programa de emergências de saúde da OMS.
Ainda assim, o maior risco para os sudaneses é a falta de água potável e vacinas, tal como outras questões sanitárias, acrescentou.
O conflito armado que se iniciou este mês já provocou 512 mortos e 4.193 feridos. Esta segunda-feira entrou em vigor uma trégua de 72 horas, mediada pelos Estados Unidos. No entanto, continuam a acontecer combates de baixa intensidade.