30 abr, 2023 - 23:06 • Reuters
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou neste domingo que o "presumível chefe" do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) foi "neutralizado" no sábado na Síria numa operação conduzida pelos serviços de informação turcos.
"O presumível chefe do Daesh, nome de código Abou Hussein al-Qourachi, foi neutralizado durante uma operação realizada ontem [sábado] pelo MIT (serviços secretos russos) na Síria", declarou o chefe de Estado turco numa entrevista televisiva, adiantando que Al-Qourachi era procurado pelas secretas turcas "há muito tempo".
De acordo com fontes das forças de segurança sírias, o raide teve lugar na cidade de Jandaris, no norte do país, que está sob controlo de grupos rebeldes apoiados pela Turquia, sendo uma das regiões do país mais afetadas pelo violento sismo de 6 de fevereiro.
O Exército Nacional da Síria, uma fação da oposição a Assad com presença securitária naquela área, não respondeu aos contactos da Reuters para comentar as informações avançadas por Erdogan.
De acordo com um residente em Jandaris, foram registados confrontos na cidade na noite de sábado para domingo, que duraram quase uma hora ao final da qual testemunhas no local ouviram uma forte explosão. Horas depois, a área foi circundada por forças de segurança para evitar qualquer aproximação de terceiros.
Crê-se que Al-Qourachi era o líder do EI desde novembro de 2022, após o anterior chefe do grupo extremista ter sido abatido numa operação no sul da Síria.
O EI assumiu o controlo de vastas faixas de território no Iraque e na Síria em 2014, com o então líder dos radicais, Abu Bakr al-Baghdadi a declarar a instalação de um califado islâmico na região, aplicando a Sharia a milhões de habitantes.
Ao longo dos anos, o EI foi perdendo o controlo de partes do território na sequência de ofensivas apoiadas pelos EUA na Síria e no Iraque, bem como das forças sírias apoiadas pelo Irão, pela Rússia e por vários grupos paramilitares.
Os milhares de filiados do grupo têm vivido, nos últimos anos, escondidos em áreas remotas dos dois países e, apesar das derrotas, analistas creem que são ainda capazes de lançar grandes ataques.
A coligação liderada pelos EUA e que integra a aliança curda conhecida como Forças Democráticas da Síria (SDF) continua até hoje a executar raides contra elementos do EI na Síria.
Alguns dessses ataques têm tido como alvos figuras sénior da hierarquia do EI, que vivem escondidas em áreas onde a Turquia mantém grande influência.
[atualizado às 11h45 de 1 de maio de 2023]