06 mai, 2023 - 10:19 • Lusa
Um homem do Kentucky foi condenado esta sexta-feira a 14 anos de prisão, por atacar polícias com gás pimenta enquanto invadia com a sua mulher o Capitólio dos Estados Unidos, a maior pena decretada até agora.
A sentença de prisão para Peter Schwartz é a mais longa até agora entre as centenas de casos relacionados com o motim que ocorreu em 06 de janeiro de 2021, quando centenas de manifestantes incentivados pelo ex-presidente dos EUA, o republicano Donald Trump, tentaram impedir a vitória eleitoral nas presidenciais de 2020 do democrata Joe Biden.
O juiz que sentenciou Schwartz também tinha proferido a anterior sentença mais longa, de 10 anos de prisão, a um polícia aposentado do Departamento de Polícia de Nova Iorque que agrediu um agente durante a invasão.
Os procuradores tinham pedido uma sentença de prisão de 24 anos e 6 meses para Schwartz, um soldador com um longo registo criminal, noticiou a agência Associated Press (AP).
O juiz distrital dos EUA, Amit Mehta, condenou Schwartz a 14 anos e dois meses de prisão, seguidos de três anos de liberdade supervisionada.
Mehta destacou que Schwartz era um "soldado contra a democracia" que participou "no tipo de desordem e caos que nunca tinha sido visto na história do país".
"Você não é um preso político. Você não é alguém que se posiciona contra a injustiça ou luta contra um regime autocrático", realçou o magistrado ao réu.
Schwartz dirigiu-se brevemente ao juiz antes de saber a sua sentença: "Lamento sinceramente o dano que [o motim de] 06 de janeiro causou a tantas pessoas e às suas vidas".
O juiz disse não acreditar na declaração de Schwartz, observando a sua falta de remorso.
"Você assumiu a responsabilidade de tentar ferir vários polícias naquele dia", sublinhou Mehta.
Schwartz estava armado com um batedor de pneu de madeira quando, juntamente com a sua mulher, Shelly Stallings, se juntou a outros manifestantes para dominar uma linha de polícias no Capitólio, onde atirou uma cadeira desdobrável contra os agentes.
Este norte-americano também se armou com uma lata de gás pimenta e borrifou polícias.
Stallings tinha-se declarou culpada no ano passado de acusações relacionadas com o motim e foi condenada no mês passado a dois anos de prisão.
Schwartz foi julgado com os co-réus Markus Maly e Jeffrey Brown, com quem se coordenou durante a invasão do Capitólio.
Mehta condenou Brown na semana passada a quatro anos e seis meses de prisão, enquanto Maly deve conhecer a sua sentença em 09 de junho.
Quase 1.000 pessoas foram até agora acusadas de crimes federais relacionados com o motim de 06 de janeiro, sendo que mais de 500 declararam-se culpados.
Cerca de 400 manifestantes foram condenados, com mais da metade a receber penas de prisão que variam entre os sete dias e 10 anos.