08 mai, 2023 - 16:31 • Lusa
As autoridades turcas anunciaram esta segunda-feira a detenção de mais de 12 pessoas, acusadas de atos de violência num comício eleitoral da oposição, que foi interrompido no fim de semana em Erzurum, no leste da Turquia.
O presidente da câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu, membro do principal partido da oposição turca, Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), discursava em cima de uma camioneta de campanha, na tarde de domingo, quando um grupo de cerca de 200 pessoas começou a atirar pedras.
Imamoglu estava em campanha a favor do líder do CHP, Kemal Kiliçdaroglu, que é um dos candidatos às eleições presidenciais do próximo domingo e o principal rival do atual Presidente Recep Tayyip Erdogan.
O autarca assegura que a polícia e funcionários pró-Erdogan em Erzurum permitiram que os incidentes de violência prosseguissem.
“Há cidadãos que estão feridos e vocês, polícias, não fazem nada”, pode ouvir-se Imamoglu a dizer, em imagens de vídeo do comício que foram captadas, prometendo que iria apresentar uma queixa criminal.
O vídeo mostra ainda Imamoglu a ser levado para dentro da camioneta por elementos da sua comitiva, acabando por abandonar o local, com a polícia a dispersar o grupo de manifestantes com recurso a canhões de água.
Nestes incidentes, sete pessoas ficaram feridas, de acordo com o governador de Erzurum, Okay Memis, e o ministro da Justiça, Bekir Bozdag, disse que foram detidas 13 pessoas.
As sondagens indicam que o resultado das eleições presidenciais está muito renhido, deixando em aberto uma vitória de Erdogan ou de Kiliçdaroglu, com uma ligeira vantagem para este último.
Se Erdogan vencer, poderá cumprir o seu terceiro mandato consecutivo como Presidente.
As eleições presidenciais e legislativas na Turquia realizam-se em 14 de maio e serão decisivas para a manutenção, ou não, do Presidente Recep Tayip Erdogan e do seu partido AKP, no poder há duas décadas.
A oposição apresenta uma frente unida de seis partidos que tem um único candidato à Presidência, Kemal Kiliçdaroglu, apoiado pelo partido esquerdista e pró-curdo HDP.
Perto de 61 milhões de eleitores vão decidir o futuro do país, incluindo mais de três milhões de turcos que vivem fora do seu país, incluindo em Portugal, que votam antecipadamente.