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Seca

França proíbe encher piscinas, regar jardins ou utilizar spas nos Pireneus Orientais

10 mai, 2023 - 07:00 • Stefanie Palma, Hugo Monteiro, com Lusa

A associação ambientalista Zero admite que Portugal possa vir a adotar medidas semelhantes, pelo menos em alguns locais. Francisco Ferreira diz, à Renascença, que se o país continuar "numa situação de seca dramática, do ponto de vista não apenas meteorológico, mas também hidrológico", Portugal "terá que, à escala municipal, chegar a proibições desta natureza".

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A partir desta quarta-feira, passa a ser proibido encher piscinas, regar os jardins ou, até, utilizar Spas no departamento dos Pirenéus Orientais, em França. Uma região que faz fronteira com Espanha.

O ministro francês da Transição Ecológica, Christophe Báchu, disse, no final da semana passada, à rádio francesa RTL, que a venda de piscinas passa também a ser proibida, nesta região, para evitar que os habitantes tenham a tentação de as encher.

A seca histórica faz com que os Pirenéus Orientais passem, agora, a uma situação de crise. É o nível mais elevado de alerta, numa escala de 4, até, pelo menos, 13 de junho. Existem, também, restrições quanto à rega agrícola, neste que é o departamento francês mais afetado pela seca e por isso, o Ministro da Agricultura, Marc Fesneau, disse no sábado que os agricultores desta região seriam indemnizados.

As secas, em França, têm vindo a tornar-se cada vez mais severas. Este ano, 20 departamentos enfrentam já restrições quanto ao uso. No ano passado, pela mesma altura, eram oito. A um mês e meio do Verão, os receios da falta de água são cada vez maiores, depois de França ter vivido, em 2022, o ano mais quente da sua história.

Portugal não pode "enfiar a cabeça na areia"

A associação ambientalista Zero admite que, no futuro, Portugal venha a adotar medidas semelhantes, pelo menos em determinados locais. Francisco Ferreira diz, à Renascença, que se o país continuar "numa situação de seca dramática, do ponto de vista não apenas meteorológico, mas também hidrológico, ou seja, com albufeiras que, neste momento, estão já quase no limite dos seus mínimos e se estiver em causa o uso de água para consumo humano", Portugal "terá que, à escala municipal, chegar a proibições desta natureza".

O presidente da Zero diz que é preciso "não enfiar a cabeça na areia e deixar de fazer essa análise quando ela pode ser tão importante e relevante para o futuro próximo".

"Essa é uma avaliação que tem, efetivamente, de ser feita, na perspetiva de a olhar para os próximos meses e assumir que tudo poderá correr mal em termos de precipitação. Já temos locais em que a situação é crítica? Sim, eu diria que há alguns locais em que há, efetivamente, numa situação muito complicada e isso tem que ser efetivamente avaliado", conclui Francisco Ferreira.

Medidas na agricultura

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, revelou, na segunda-feira, que assinou um despacho que reconhece a situação de seca severa e extrema em 40% do território nacional, afetando mais o sul do país. Esta decisão oficial permite acionar medidas europeias de apoio aos agricultores. Maria do Céu Antunes admitiu que “a expectativa é que a situação tenda a piorar” e a tutela vai “acompanhar com grande proximidade”. Já em abril, os ministros do Ambiente e da Agricultura mantiveram medidas para poupar água na agricultura, anunciando outras como suspensão de novas estufas no sudoeste alentejano.

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