17 mai, 2023 - 12:35 • Olímpia Mairos
A organização não-governamental Save the Children alertou, esta quarta-feira, para o crescente “aumento de situações de bullying e de automutilação entre menores” na Turquia, na sequência do terramoto que abalou o país no passado mês de fevereiro.
“As crianças demonstram maior agressividade. Assistentes e funcionários da escola disseram-nos que o bullying emocional e físico entre grupos de amigos aumentou e, em alguns casos, as crianças não atacam os outros, mas batem-se a si próprias”, disse Osman Yıldız, chefe de saúde mental e apoio psicossocial de bullying em Hatay, citado pela agência SIR.
De acordo com Yıldız, os pais procuram ajustar-se à nova realidade, mas os desafios que enfrentam são muitos.
“Até 20 pessoas vivem em uma única barraca em condições apertadas. Ter tão pouco espaço expõe as meninas especialmente ao abuso físico, mental e emocional. E a superlotação também representa um risco para a coesão social e comunitária”, sinaliza.
Segundo este responsável, a escala do desastre e os extensos danos às infraestruturas e às habitações, faz com que “muitas crianças e suas famílias fiquem expostas ao stress e à dor de longo prazo”, defendendo que é necessário garantir a sua segurança e proporcionar-lhes melhores condições de vida.
Neste contexto, a Save the Children está a solicitar acesso irrestrito a todas as áreas afetadas pelo terramoto na Síria e na Turquia e aos doadores que garantam financiamento de longo prazo para que “as agências humanitárias possam passar do tratamento para a prevenção, o que não será apenas crítico para combater o aumento da desnutrição, mas dará às famílias a segurança de longo prazo de que precisam para reconstruir sua resiliência”.