21 mai, 2023 - 11:32 • Maria Costa Lopes com agências
Os líderes das democracias mais ricas do mundo disseram, este domingo, em Hiroshima, que não desistiriam de apoiar a Ucrânia, num momento em que Moscovo alega que tropas russas têm o controlo de Bakhmut.
Volodymyr Zelensky negou que a cidade de Bakhumt tinha caído, num comunicado aos jornalistas à margem da cimeira.
O presidente ucraniano reuniu-se com alguns dos seus maiores apoiantes no encerramento da Cimeira do Grupo dos Sete, no sentido de criar impulso para o esforço da guerra no seu país.
Zelensky também participou numa sessão sobre paz e estabilidade com os líderes de países convidados, como a Índia, o Brasil e a Coreia do Sul.
O líder ucraniano mais tarde visitou o Memorial da Paz de Hiroshima, onde colocou flores no mausoléu para as vítimas da primeira bomba atómica.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou um novo pacote de ajuda militar de 375 milhões de dólares para a Ucrânia, este domingo, e disse ao presidente Volodymyr Zelensky que os Estados Unidos estão a fazer todos os possíveis para fortalecer a defesa da Ucrânia na guerra com a Rússia.
Num encontro com o líder ucraniano à margem da cimeira de líderes mundiais do G7, Biden disse que o pacote de ajuda militar inclui munição, artilharia, veículos blindados e formação.
"Em conjunto com todo o G7, apoiamos a Ucrânia e prometo que não vamos a lado nenhum", disse Biden a Zelensky. Na reunião, Biden enfatizou a prontidão do seu país em ajudar a construir a capacidade da Ucrânia para se defender e deter a agressão russa, disse a Casa Branca.
Para esse fim, Biden também discutiu o apoio dos EUA num esforço conjunto com as nações aliadas para treinar pilotos ucranianos em caças de quarta geração, como o F-16.
Zelensky agradeceu aos Estados Unidos o novo pacote e a assistência financeira de 37 mil milhões de dólares, até o momento, disse o gabinete ucraniano.
Outros líderes do Grupo dos Sete ecoaram os sentimentos de Biden.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, prometeu que o seu país apoiaria a Ucrânia pelo tempo que fosse necessário.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, disse que a formação militar começará este verão e a Ucrânia receberá a força aérea necessária para o futuro.
Foi "significativo" que as nações do G7 tenham demonstrado solidariedade na sua intenção de defender a lei e a ordem internacionais durante a cimeira, disse o primeiro-ministro do país anfitrião, o Japão, Fumio Kishida.
Scholz, o chanceler alemão, disse que, embora a prioridade imediata seja apoiar a defesa da Ucrânia, as garantias de segurança para a Ucrânia precisam ser estabelecidas assim que a guerra terminar.
A presença do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na cimeira do G7 em Hiroshima, no Japão, é "uma forma de construir a paz", disse, este domingo, o Presidente francês Emmanuel Macron a jornalistas.
Paris colocou um avião à disposição de Zelensky para o levar primeiro à cimeira da Liga Árabe, depois à cimeira do G7 no Japão. É "a França a construir a paz e a procurar soluções", acrescentou Macron.
A visita de Zelensky a Jeddah, que acolheu na sexta-feira a cimeira da Liga Árabe, permitiu ao líder ucraniano "ter um apoio muito claro da Arábia Saudita e de várias potências da região", "o que é um verdadeiro ponto de viragem", defendeu o chefe de Estado francês.
Em Hiroshima, também é importante Zelensky "expressar-se diante de várias potências do mundo que às vezes são expostas apenas a um único discurso", disse Macron, em referência a países não alinhados, como Brasil e a Índia, convidados da cimeira, que fazem parte do grupo de países emergentes com a Rússia.
"Isso evita uma divisão do mundo entre aqueles que claramente apoiam a Ucrânia e aqueles que dizem apoiar a paz, mas sem que às vezes saibamos o que isso significa", acrescentou o Presidente francês.