Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Guerra na Ucrânia

Rússia começou a transferir armas nucleares para a Bielorrússia

25 mai, 2023 - 22:23 • Lusa

"A transferência de cargas nucleares já começou", disse o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.

A+ / A-

O Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, disse esta quinta-feira que a Rússia começou a transferir armas nucleares para o seu país, cumprindo o anúncio feito em março pelo líder russo, Vladimir Putin.

"A transferência de cargas nucleares já começou", disse Lukashenko, respondendo à pergunta de um jornalista num vídeo transmitido pelo canal não oficial da Presidência bielorrussa na plataforma Telegram, Pul Pervogo.

A Rússia, por sua vez, não comentou ainda a transferência do armamento.

A Rússia e a Bielorrússia assinaram esta quinta-feira um acordo que formaliza os procedimentos para o envio e instalação de armas nucleares táticas em território bielorrusso, mantendo-se, porém, o controlo do armamento em Moscovo.

Em março, Vladimir Putin indicou que tinha já acertado com o homólogo bielorrusso a intenção de Moscovo instalar armas nucleares táticas de curto alcance na Bielorrússia.

A assinatura do acordo ocorre numa altura em que a Rússia se prepara para enfrentar uma aguardada contraofensiva da Ucrânia.

Tanto os responsáveis russos como os bielorrussos consideram que a medida é motivada pela hostilidade do Ocidente, que por sua vez já criticou a decisão.

Putin indicou que a construção de instalações de armazenamento para armas nucleares táticas na Bielorrússia estaria concluída até 01 de julho.

A decisão foi também criticada pela líder da oposição bielorrussa no exílio, Svetlana Tikhanovskaya.

"Temos de fazer tudo para impedir o plano de Putin de instalar armas nucleares na Bielorrússia, uma vez que isso garantirá o controlo da Rússia sobre a Bielorrússia nos próximos anos", disse Tikhanovskaya à agência noticiosa Associated Press (AP).

"Isso colocará ainda mais em risco a segurança da Ucrânia e de toda a Europa", acrescentou.

A Rússia e a Bielorrússia têm um acordo de aliança ao abrigo do qual o Kremlin subsidia a economia bielorrussa, através de empréstimos e descontos no petróleo e no gás russos.

A Rússia utilizou o território bielorrusso como ponto de partida para a invasão da vizinha Ucrânia e mantém um contingente de tropas e armas no país.

Alexander Lukashenko afirmou também hoje que está preparado para uma possível invasão do território bielorrusso, adiantando "estar a par" dos rumores de uma possível revolta contra o regime de Minsk.

Lukashenko respondia aos comentários feitos na quarta-feira por um alto funcionário polaco, que alertou para a possível preparação, para breve, de uma revolta na Bielorrússia.

"Infelizmente, não prestam atenção às minhas palavras. Provavelmente, sabem o que eu disse há meses (...). Há muito tempo que o sabemos e estamos a preparar-nos para isso", afirmou Lukashenko, citado pela agência noticiosa estatal Belta.

A este respeito, o líder bielorrusso assegurou que as autoridades "estão a seguir o rasto" dos potenciais instigadores.

"Sabemos de facto quem são, sabemos onde estão e sabemos os seus nomes. Estamos prontos. Deixem-nos entrar", desafiou Lukashenko.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Digo
    26 mai, 2023 Eu 08:43
    Sim, e o palhaço do Dmitry Medvedev até já veio dizer que haverá um ataque nuclear preventivo se os aliados instalarem armas nucleares na Ucrânia. Isso não está previsto, mas mesmo que estivesse, até parece que a ameaça deste palhaçote russo era para levar a sério. O Tico e o Teco dele, a funcionar a carvão, não devem ter ainda pensado que se a Rússia põe armas nucleares num outro País, o Ocidente pode fazer a mesmíssima coisa e candidatos não faltam -Ucrânia, Polónia, Estados Bálticos, todos aqueles Países que gostam tanto da Rússia como de um balde de m*rda! E qualquer iniciativa menos retórica e mais agressiva por parte da Rússia, levaria a idêntica ação do Ocidente, ou o fantoche do Medvedev não sabe que nos misseis táticos estacionados na Europa, basta substituir as cargas convencionais por nucleares e tornam-se misseis nucleares táticos?
  • Cidadao
    26 mai, 2023 Lisboa 08:02
    Uma mera tática infantil de assustar as opiniões públicas Ocidentais, levando-as a pressionar os governos para cessar o apoio à Ucrânia. E digo "infantil" porque está mais que visto que agitar a bandeira do nuclear, já não assusta ninguém no Ocidente. Até porque há plataformas de lançamento de misseis táticos em vários países Europeus em que basta substituir as cargas convencionais por nucleares, e aí estão misseis nucleares táticos mais que suficientes para erradicar a Bielorrússia do mapa, se necessário.

Destaques V+