29 mai, 2023 - 03:51 • Marisa Gonçalves com agências
O Partido Popular de Espanha (PP) venceu, pelo menos, seis das dez regiões que eram até agora lideradas pelo Partido Socialista Espanhol (PSOE), nas eleições municipais e regionais de domingo.
O PP fez deste ato eleitoral um referendo nacional sobre a política do primeiro-ministro, Pedro Sánchez, e alcançou praticamente todos os seus objetivos.
O maior partido da direita espanhola obteve a maior votação nas eleições municipais conseguindo mais de 7 milhões de votos (31,5%), o que significa um acréscimo de cerca de dois milhões de votos, em comparação com as eleições de há quatro anos. Já o PSOE recolhe menos de 6,3 milhões de votos (28, 1%), quando estão contabilizados 99% dos votos.
De acordo com a estação de televisão pública TVE, o PP conquista, pelo menos, seis das dez regiões até então lideradas (diretamente ou em coligação) pelo PSOE: a Comunidade Valenciana (leste), Aragão (centro), Estremadura (oeste), Ilhas Baleares (leste), Cantábria e Rioja (norte).
O Partido Popular foi a força política mais votada globalmente nas eleições municipais, tendo conseguido uma maioria absoluta em Madrid e conquistado Sevilha e Valência à esquerda.
Esta é também considerada a primeira vitória eleitoral do PP em Espanha desde 2015.
No seu discurso da noite eleitoral, perante os militantes, o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo declarou: “"Sei que o meu momento chegará se os espanhóis quiserem. É uma honra poder dizer que, ao fim de sete anos, o Partido Popular ganhou as eleições municipais e autonómicas na imensa maioria das aldeias, cidades e comunidades autónomas”.
Alberto Núñez Feijóo considerou que o PP recuperou "a melhor versão" do partido, aquele "que sintoniza com a maioria de Espanha", "centrado, amplo, onde cabe a imensa maioria dos espanhóis".
Defendeu ainda que o partido deu “o primeiro passo para um novo ciclo político” e deixou o desafio ao afirmar: “Desfrutem esta noite porque amanhã começa o trabalho para as eleições legislativas”.
Feijóo, antigo presidente do governo regional da Galiza, foi eleito presidente do PP há pouco mais de um ano e teve no domingo o seu primeiro teste eleitoral.
No conjunto, o PP poderá ficar a governar oito das 12 regiões que foram a votos, a que se juntam Andaluzia e Castela e Leão, que anteciparam para 2022 as eleições e que o Partido Popular também ganhou, embora, em alguns casos, possa vir a precisar do apoio do Vox, partido de extrema-direita.
O líder do PSOE e primeiro-ministro, Pedro Sánchez, não falou à imprensa e coube à porta-voz do partido e ministra da Educação, Pilar Alegria, fazer uma breve declaração aos jornalistas.
Nas primeiras palavras que proferiu disse: “Quero reconhecer a derrota do PSOE nestas eleições e felicitar o PP”.
“Este é um mau resultado e não é aquilo que esperávamos. Não vamos esconder que pensávamos forjar uma maioria de progresso graças à mobilização do eleitorado progressista, o que não aconteceu. O PSOE assume que deve fazer melhor e esforçar-se mais nas próximas eleições. Temos de refletir sobre os próximos meses”, assumiu Pilar Alegría, numa declaração sem direito a perguntas.
O Partido Socialista Espanhol, à frente do Governo nacional desde 2018, liderava os executivos regionais de nove das 12 regiões autónomas que tiveram eleições no domingo e, no final da contagem dos votos, tinha perdido mais de metade, conservando apenas quatro: Astúrias, Canárias, Castela La Mancha e Navarra.
Estas eleições foram a primeira ida a votos este ano em Espanha, que tem também legislativas nacionais previstas para dezembro, no final de uma legislatura marcada pela primeira coligação governamental no país, entre o PSOE e a plataforma de extrema-esquerda Unidas Podemos.