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EUA dizem que não vão tolerar "intimidação e coação" da China

03 jun, 2023 - 10:26 • Lusa

"Estamos empenhados em garantir que todos os países possam voar, navegar e operar onde quer que o direito internacional permita", diz secretário da Defesa.

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O secretário da Defesa dos EUA disse este sábado em Singapura que Washington não vai tolerar qualquer "intimidação e coação" de Pequim e assegurou o compromisso norte-americano de "manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan".

Em declarações no Diálogo de Shangri-La, conferência anual sobre segurança na Ásia, Lloyd Austin defendeu a visão norte-americana de que um "Indo-Pacífico livre, aberto e seguro num mundo com regras e direitos" é a melhor forma de contrariar a crescente afirmação chinesa na região.

"Estamos empenhados em garantir que todos os países possam voar, navegar e operar onde quer que o direito internacional permita", afirmou. "Todos os países, grandes ou pequenos, devem permanecer livres para realizar atividades marítimas legais."

O responsável observou que os EUA forneceram milhões de doses da vacina contra a covid-19 durante a pandemia e estão regularmente envolvidos em trabalhos de socorro e assistência humanitária naquela região.

Os EUA estão a trabalhar para combater as alterações climáticas, a pesca ilegal e garantir que as cadeias de abastecimento não sofram interrupções, sublinhou Lloyd Austin, abordando questões relevantes para as nações da Ásia-Pacífico.

"Estamos a reforçar as nossas alianças e parcerias", disse.

Por outro lado, notou que Washington também está empenhado em travar a ameaça que representam os mísseis da Coreia do Norte e as reivindicações da China sobre Taiwan, ilha que Pequim considera parte do seu território.

"Para ser claro, não procuramos o conflito ou confronto (...). Mas não hesitaremos perante intimidação e coação", assegurou.

Austin notou que os EUA permanecem "profundamente comprometidos" com a política de longa data de 'Uma só China', que reconhece Pequim como o governo da China, mas permite relações informais com Taiwan, e continuam a "opor-se categoricamente a mudanças unilaterais no 'status quo' de ambos os lados".

A invasão russa da Ucrânia serviu para sublinhar o perigo que seria o mundo se os grandes países pudessem "invadir impunemente os vizinhos pacíficos", acrescentou.

"O mundo inteiro tem interesse em manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan", disse.

O novo ministro da Defesa da China, Li Shangfu, recusou o convite de Austin para falar à margem da conferência, embora os dois tenham apertado as mãos antes de se sentarem em lados opostos da mesa na abertura do fórum, na sexta-feira.

"Um aperto de mão cordial durante o jantar não substitui um compromisso concreto", afirmou Austin.

Não é claro se Li, que deverá discursar no fórum no domingo de manhã, estava na sala quando Austin fez estas declarações.

O secretário da Defesa dos EUA reiterou os apelos que o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, fez no discurso de abertura do fórum, para que a China se envolva em comunicações regulares e diretas, de forma a ajudar a evitar possíveis conflitos.

"Para os líderes responsáveis pela defesa, o momento certo para falar é a qualquer momento", disse Austin. "O momento certo para falar é sempre. E o momento certo para falar é agora".

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