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Pelo menos 90 detidos na Rússia por apoio ao opositor Alexei Navalny

04 jun, 2023 - 22:12 • Lusa

Os seus apoiantes dizem que as autoridades procuram afetá-lo psicologicamente, enviando-o regularmente para estas celas com condições muito más durante vários dias.

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Pelo menos 90 pessoas foram detidas hoje na Rússia por demonstrarem apoio ao opositor russo Alexei Navalny, que celebrou mais um aniversário na prisão.

Os dados foram atualizados pela organização russa OVD-Info, que monitoriza detenções por motivos políticos e que durante o dia tinha já contabilizado a detenção de pelo menos 45 pessoas em vários locais da Rússia, em particular na praça Pushkin, em Moscovo.

Alexei Navalny, que foi condenado em março de 2021 a nove anos de prisão, fez 47 anos e afirmou que mantém o ânimo, apesar do endurecimento das condições da sua detenção.

"É claro que eu gostaria mais de não acordar neste buraco e de ter um pequeno-almoço em família, com um beijo dos meus filhos, de abrir os presentes e dizer: era mesmo isto que eu queria", escreveu Navalny numa mensagem, na qual garante que mantém o ânimo.

O opositor russo afirma estar pela 16.ª vez numa cela disciplinar. Os seus apoiantes dizem que as autoridades procuram afetá-lo psicologicamente, enviando-o regularmente para estas celas com condições muito más durante vários dias.

"Mas a vida é assim: só se consegue progresso social e um futuro melhor se algumas pessoas estiverem dispostas a pagar pelo direito de ter convicções", acrescentou.

Segundo Navalny, "chegará o dia em que dizer a verdade e lutar por justiça na Rússia se tornará uma coisa comum e sem perigo".

O opositor russo, que agradeceu os apoios e saudou todos os "presos políticos" no mundo, deverá ser julgado em breve por "extremismo", arriscando uma pena de mais 35 anos na prisão.

Detido desde janeiro de 2021, depois de regressar à Rússia recuperado de um envenenamento grave que atribui ao Kremlin, Alexei Navalny considera que este novo caso é uma forma de o manter em prisão perpétua.

Em março de 2021, foi condenado a nove anos de prisão por acusações de "fraude" que considera fictícias e tem continuado a enviar mensagens à sua equipa a partir da prisão, falando das condições de detenção e criticando a liderança de Vladimir Putin e a invasão russa da Ucrânia.

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