08 jun, 2023 - 15:55 • Lusa
A coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) - Terra Ranka venceu as legislativas da Guiné-Bissau com maioria absoluta, obtendo 54 dos 102 deputados do parlamento, segundo os resultados provisórios anunciados esta quinta-feira pela Comissão Nacional de Eleições.
A coligação PAI -- Terra Ranka é liderada por Domingos Simões Pereira, presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que venceu sem maioria as legislativas de 2019 com 47 deputados, e inclui também a União para a Mudança, o Partido da Convergência Democrática, o Movimento Democrático Guineense e o Partido Social-Democrata.
Os resultados provisórios indicam também que o Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15), liderado por Braima Camará, obteve 29 deputados na Assembleia Nacional Popular, mais dois assentos do que em 2019.
Em terceiro lugar ficou o Partido de Renovação Social (PRS) com 12 deputados, uma grande descida em relação ao resultados das últimas legislativas, quando obteve 21 assentos.
O Madem-G15 e o PRS faziam parte do Governo guineense desde 2020, depois de o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, ter demitido o primeiro-ministro Aristides Gomes, que liderava o executivo do PAIGC.
O Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), criado no final de 2021, e liderado por Botche Candé, obteve seis deputados na sua estreia eleitoral.
Nas legislativas de 2019, Botche Candé foi eleito deputado pelo PRS e assumiu as pastas do Interior e da Agricultura no Governo, que agora cessa funções.
O grande derrotado das eleições legislativas é a Assembleia do Povo Unido -- Partido Democrático da Guiné-Bissau, liderada pelo primeiro-ministro cessante Nuno Gomes Nabiam, que obteve apenas um deputado, quando em 2019 elegeu cinco deputados.
Multidão de eleitores concentrava-se esta manhã, j(...)
Quase 900.000 eleitores guineenses foram chamados às urnas no domingo para escolher os novos 102 deputados da Assembleia Nacional Popular, de onde sairá a formação do próximo Governo, depois de o Presidente guineense ter dissolvido o parlamento em maio de 2022.
Durante a campanha eleitoral, Umaro Sissoco Embaló reiterou, em declarações à imprensa, que não nomeará Domingos Simões Pereira primeiro-ministro, nem o vice-presidente do PAIGC, Geraldo Martins.
A coligação PAI -- Terra Ranka reivindicou na terça-feira, em conferência de imprensa, a maioria absoluta nas legislativas de domingo, enquanto o PRS, numa outra conferência de imprensa, disse que todos os partidos políticos conheciam os resultados das legislativas.
O PRS afirmou também que esperava que a CNE se pronunciasse de acordo com a "vontade expressa pelo povo nas urnas".
O Madem-G15, igualmente em conferência de imprensa na terça-feira, lamentou as "especulações demagógicas sobre os resultados eleitorais" para "abrir brechas à tensão política" e pôr em causa o processo eleitoral.
As várias missões internacionais de observadores eleitorais que acompanham o processo eleitoral consideraram na terça-feira que as eleições de domingo decorreram de forma pacífica e ordeira e foram bastante participadas.