16 jun, 2023 - 12:44 • Lusa
A Huawei acusou esta sexta-feira a Comissão Europeia de "juízos discriminatórios" quando concluiu serem justificadas e adequadas as restrições a si aplicadas por 10 países da União Europeia (UE), que a consideraram fornecedora de alto risco para redes 5G.
"A Huawei opõe-se firmemente e discorda dos comentários feitos pelos representantes da Comissão Europeia. É evidente que tal não se baseia numa avaliação verificada, transparente, objetiva e técnica das redes [móveis de quinta geração] 5G", afirma a fabricante chinesa numa reação enviada à agência Lusa.
Um dia depois de o executivo comunitário ter considerado como "justificadas ou adequadas" as medidas adotadas por 10 Estados-membros para restringir ou banir fornecedores de alto risco das redes 5G, como Huawei e ZTE, a primeira empresa indica à Lusa "compreender a preocupação da Comissão Europeia em proteger a cibersegurança na UE".
"No entanto, as restrições ou exclusões baseadas em juízos discriminatórios colocarão sérios riscos económicos e sociais, [...] irão prejudicar a inovação e distorcer o mercado da UE", sublinha a fabricante chinesa.
Para a Huawei, "a identificação pública de uma entidade individual como fornecedor de alto risco sem base jurídica é contrária aos princípios do comércio livre", não devendo "ser aplicada a nenhum vendedor sem um procedimento justificado e uma audição adequada".
Com a Europa a ser o maior mercado da fabricante chinesa fora da China, a empresa adianta à Lusa que a cibersegurança é a sua "principal prioridade", razão pela qual instalou um centro de transparência na capital belga.
"Continuamos empenhados em fornecer produtos e serviços globalmente certificados e fiáveis", conclui.
Além dos 10 países que já avançaram com medidas, três outros estão atualmente a trabalhar na aplicação da legislação nacional pertinente.