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Guerra na Ucrânia

Moscovo ainda sob "operação antiterrorista", Wagner aplaudido à saída de Rostov

25 jun, 2023 - 09:13 • Redação com Lusa

O autarca da capital russa decretou que segunda-feira será dia de folga, face à "difícil" situação, no rescaldo da rebelião falhada dos mercenários do grupo Wagner.

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A operação antiterrorista mantém-se este domingo na região de Moscovo e arredores, apesar de o líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, ter anunciado um acordo que travou a marcha das suas tropas até à capital russa.

Várias patrulhas das forças da polícia ainda estavam posicionadas ao longo da estrada principal que sai de Moscovo, no sul da capital, observou hoje um jornalista da agência de notícias AFP.

Na região de Moscovo, mantinham-se hoje as restrições de tráfego na estrada que liga Moscovo a Rostov - onde no sábado os paramilitares do grupo Wagner tomaram o controlo do quartel-general militar -, segundo um comunicado da agência Avtodor, responsável pelas estradas na Rússia.

O Comité Nacional Antiterrorista (NAK) ordenou no sábado um "regime de operação antiterrorista" em Moscovo e arredores, bem como na região de Voronezh, fronteira com a Ucrânia, após Yevgeny Prigozhin anunciar a marcha dos seus combatentes em direção à capital russa.

Este regime antiterrorista confere poderes acrescidos à polícia, nomeadamente para a realização de operações. Assim, troços importantes da estrada que liga Rostov a Moscovo foram bloqueados e foram realizadas operações para a verificação de identidade e veículos.

O autarca de Moscovo, Sergei Sobyanin, decretou que na segunda-feira será um dia de folga, face à "difícil" situação.

O chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, suspendeu no sábado as movimentações da rebelião na Rússia contra o comando militar, menos de 24 horas depois de ter ocupado Rostov, cidade-chave no sul do país para guerra na Ucrânia.

Travagem a 200 quilómetros de Moscovo

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou, no sábado, de rebelião a ação do grupo, afirmando tratar-se de uma “ameaça mortal” ao Estado russo e uma "traição" e "facada nas costas", garantindo que iria permitir uma “guerra civil”.

No final do dia de sábado, em que foi notícia o avanço de forças da Wagner até cerca de 200 quilómetros de Moscovo, Prigozhin anunciou ter negociado um acordo com o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.

Antes, o chefe do grupo paramilitar acusou o Exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, causando “um número muito grande de vítimas”, acusações que expõem profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia.

Depois da passagem do grupo Wagner por Rostov, e com a partida dos mercenários, a cidade russa regressou entretanto à normalidade.

A agência estatal russa RIA Novosti diz que se vive este domingo um clima de calma, com o tráfego nas ruas já retomado, informações que são secundadas pela Reuters.

À saída de Rostov, os mercenários do grupo Wagner foram aplaudidos pelos habitantes, que entoavam cânticos com o nome do grupo.

Por volta das 10h (hora em Lisboa), foi noticiado que os mercenários do Wagner também já abandonaram a região russa de Voronezh, palco da marcha abortada a caminho de Moscovo, como anunciou o governador daquela cidade próxima da fronteira com a Ucrânia.

“As unidades do grupo paramilitar Wagner estão a concluir a sua retirada do território da região de Voronezh”, escreveu o governador Alexander Gusev no Telegram, garantindo que tudo está a correr “normalmente, sem incidentes”.

Entretanto, o Presidente da Ucrânia publicou um vídeo no Twitter a dizer que o mundo viu ontem que os "patrões da Rússia" não controlam nada.

Volodymyr Zelensky fala em caos e diz que o mundo não deveria ter medo da Rússia, assegurando que a Ucrânia será capaz de proteger a Europa de quaisquer forças russas.

Sob o acordo ontem firmado entre o líder do grupo Wagner e a Bielorrússia, Prigozhin vai agora para aquele país, onde nem ele nem os seus paramilitares serão alvo de processos-crime.

Para amanhã, segunda-feira, está marcada uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 Estados-membros da UE, que vão debater a rebelião na Rússia e o apoio à Ucrânia.

Na véspera do encontro no Luxemburgo, Josep Borrell, que passou o dia de sábado em contacto com os chefes da diplomacia do G7, disse que o apoio de Bruxelas a Kiev "continua inabalável".

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