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Putin elogia militares por evitarem "guerra civil" e assegura que povo nunca apoiou grupo Wagner

27 jun, 2023 - 12:43 • Marta Pedreira Mixão com Agências

Presidente russo enalteceu o facto de terem impedido "o desenvolvimento extremamente perigoso da situação".

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O Presidente russo, Vladimir Putin, agradeceu aos responsáveis pela segurança do Estado o trabalho realizado durante a rebelião do Grupo Wagner, no início de uma reunião com as principais chefias militares e de segurança do país.

"Juntei-vos nesta reunião para vos agradecer o trabalho que realizaram nos últimos dias e para discutir a situação", afirmou Putin no início do discurso perante 2.500 militares russos e que foi transmitido pela televisão.

Putin enalteceu o facto de terem evitado uma guerra civil e de terem impedido "o desenvolvimento extremamente perigoso da situação".

"Juntamente com os vossos irmãos de armas, opuseram-se a esta agitação, cujo resultado teria sido inevitavelmente o caos. De facto, impediram uma guerra civil", afirmou Putin, que discursou perante os militares e na presença do ministro da defesa russo, Sergei Shoigu, a quem Prigozhin, líder do grupo Wagner, exigia a demissão.

Foi ainda realizado um minuto de silêncio pelos pilotos das aeronaves abatidas pelo grupo Wagner.

No discurso de cerca de cinco minutos desta manhã, Putin garantiu que o povo e o Exército não apoiam o grupo Wagner e acusou-os de fazer o que Ocidente pretendia.

Depois de pedir um minuto de silêncio em memória dos militares russos mortos durante a rebelião, Putin prestou homenagem aos pilotos do exército mortos pelos amotinados enquanto "cumpriam honrosamente o seu dever".

24 horas, 900 quilómetros: a rebelião que quase chegou a Moscovo
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O Presidente russo garantiu também que nenhum soldado russo deslocado para a Ucrânia, na sequência da "operação militar especial", teve de regressar à Rússia para travar a rebelião.

Paralelamente, na habitual conferência de imprensa matinal, o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, negou que o Presidente russo tenha ficado enfraquecido com o fracasso da rebelião do Grupo Wagner, que provocou a pior crise na Rússia desde que Vladimir Putin chegou ao poder, há mais de 20 anos.

"Não estamos de acordo" com estas análises, afirmou, referindo-se a "discussões vazias" que "não têm nada a ver com a realidade".

"Estes acontecimentos mostraram até que ponto a sociedade está a consolidar-se em torno do Presidente", afirmou Peskov.

Nesta "reunião de trabalho" participou o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, mas não o chefe do Estado-Maior Valery Guerasimov, dois inimigos declarados do líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin.

Os mercenários do Grupo Wagner realizaram no sábado uma rebelião armada de 24 horas, liderada por Prigozhin, durante a qual tomaram a cidade de Rostov, no sul da Rússia, e avançaram até 200 quilómetros de Moscovo.

A rebelião terminou com um acordo mediado pelo Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, que, segundo o Kremlin, estabelece que Prigozhin fique exilado na Bielorrússia, em troca de imunidade para si e para os seus mercenários.

Numa declaração à nação, hoje transmitida pela televisão, Putin propôs aos mercenários a possibilidade de ficarem na Rússia e integrarem o exército, ou de partirem para a Bielorrússia.

"Os organizadores da rebelião, ao traírem o seu país, o seu povo, traíram aqueles que foram atraídos para o crime. Mentiram-lhes, empurraram-os para a morte, para o fogo e levaram-os a disparar contra os seus", acusou.

"Era precisamente este resultado, o fratricídio, que os neonazis de Kiev queriam, assim como os seus mestres do Ocidente e todos os traidores nacionais. Queriam que os soldados russos se matassem entre si".

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