Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Autoridades dos EUA

General russo sabia dos planos de rebelião do grupo Wagner

28 jun, 2023 - 08:26 • Joana Azevedo Viana

Informações das secretas dos EUA expõem fratura entre chefias militares russas que apoiam Prighozin e os dois grandes conselheiros de guerra de Vladimir Putin.

A+ / A-

Um general russo de alta patente teve conhecimento de antemão dos planos de rebelião de Yevgeny Prigozhin, líder do grupo Wagner.

A notícia foi avançada esta quarta-feira pelo New York Times, que cita fontes dos serviços de informação norte-americanos. Para os oficiais dos EUA, a informação levanta questões sobre o tipo de apoio que o líder dos mercenários teria dentro da hierarquia militar da Rússia.

As fontes dizem estar a tentar apurar se o general Sergei Surovikin, ex-comandante das tropas russas na Ucrânia, ajudou Prigozhin a avançar com uma rebelião armada no passado fim de semana, uma que, apesar de travada com a ajuda da Bielorrússia, representou a maior ameaça ao poderio de Vladimir Putin desde que chegou ao poder há 23 anos.

Analistas dizem que o general Surovikin é um respeitado líder militar da Rússia que ajudou a preencher as fileiras nas frentes de batalha na Ucrânia após a invasão do país em fevereiro de 2022. Apesar de ter sido substituído em janeiro, continuou a reter influência na gestão da guerra na Ucrânia e manteve a sua popularidade entre as tropas.

As mesmas fontes norte-americanas dizem que há também sinais de que outros generais russos podem ter manifestado apoio à tentativa de Prigozhin em forçar uma alteração de chefias no Ministério da Defesa. Isto porque, sustentam, o líder do grupo paramilitar nunca teria encetado esta rebelião se não tivesse garantias de apoio de militares em posições de poder.

O alegado envolvimento do general Surovikin nos eventos do fim de semana são mais um sinal das querelas internas entre as chefias militares russas desde que Putin ordenou a invasão da Ucrânia, sinalizando o fosso entre os que, dentro das Forças Armadas, apoiam Prigozhin, e os dois grandes conselheiros de guerra do Presidente: o ministro da Defesa, Sergei K. Shoigu, e o chefe do Estado-Maior, o general Valery V. Gerasimov.

Na terça-feira, o Governo russo anunciou a retirada de todas as acusações contra os mercenários do Wagner, na sequência do acordo alcançado entre Prigozhin e o Presidente da Bielorrússia, que pôs fim à rebelião no sábado, quando o grupo se encontrava a cerca de 200 quilómetros de Moscovo.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+